quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Andrei

nasceu Assim num sopro de vento
cabelo fiNo, arrepiado
demasiaDo amor num bebê empacotado
e quando o vi, choRei
milagrE da vida, amor sem medida
mãe e paI contemplam andrei

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Um bebê do tamanho do mundo...

A partenidade nos ensina coisas, diariamente. Logo que nascem os filhos a gente começa a encarar a vida de modo diferente. Agora que meu mais novo nasceu, estou me educando a usar uma técnica simples, antes de fazer uma "tempestade em copo d'água" diante de uma situação (de trabalho, família ou onde seja) que esteja pretes a me tirar do sério.

Tire uma "foto" do seu problema e coloque lado a lado de seu bebê. Agora compare quem é maior.


Viu como é fácil? Ao lado deles, qualquer coisa (que não os afete diretamente, é claro) fica pequena, por maior e mais grave que possa parecer.

Então antes de explodir é só respirar fundo e aplicar mentalmente a técnica. Se não funcionar, pelo menos na maioria das vezes, é melhor procurar um médico. Você está ficando estressado(a) demais....

(Bom, tem dado certo para mim, com filhos ainda pequenos. Enquanto tiver funcionando, vou usando. Agora, para quem não tem filhos, ainda não descobri outra técnica tão eficiente...)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Coração fala?

Coração fala?
Não.

Não?!?

Com certeza
Ele agora
Tá te dizendo
O que fazer

Mas sua mente
O bloqueia
E não te deixa
Perceber

Ele fala!
Uma dia
Você vai ver

É só deixar acontecer...

domingo, 2 de novembro de 2008

Tô Avatado!

Segui uma dica que vi no Twitter do amigo Alegomes, que encaminhou 10 sites legais para criar um Avatar. Eu já tinha ouvido falar do termo Avatar (tem até um desenho animado com esse nome), mas não sabia muito o significado. No contexto deste post, interpretei algo como "a representacão virtual de si mesmo".

Resolvi experimentar alguns desses sites, usando como base a foto à direita que descreve meu perfil. Veja os resultados.
Por gostar dos Simpsons, comecei pelo SimpsonizeMe.com. Ficou interessante, mas abaixo do que eu esperav.a


Achei que ficou ótimo esse do Face Your Manga.



O TizMe ficou bem bonitinho, mas não sou mais esse garotão todo né!?


O DoppelMe não tem tantas opções, mas o resultado fica legalzinho. Só não se parece muito comigo...
Por fim, o meu preferido, feito no SouthPark Studio!

Ado, ado... tô todo Avatado!! Inté!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Emoção Pós-Parto

Faz 11 dias que meu primeiro filho nasceu. Andrei. Lindo! Na minha visão não poderia ser diferente. Há muito venho ouvindo falar de Depressão Pós-Parto (DPP). Dizem até que se a mãe comete um crime nesse estado (um tal de puerperal), isso é atenuante. Vixe!

Sinceramente? Não consigo entender essa tal de DPP. Depois de 9 meses, fora todo o tempo anterior de planejamento e sonhos, esperando a chegada de um filho, arrumando quarto, casa, gastando $, ..., o filho nasce! Nesse instante mágico parece que a gente levita, sai do corpo, sei lá. Minha emoção de pai já é a mais forte que senti na vida. Estava ao lado de minha esposa e percebi o quanto ela estava feliz.

Ver esse “trocinho” todo prontinho, inteiro, único, ali na nossa frente, fruto do amor de duas pessoas, é realmente sensacional. Diria, até, “FANDÁRDIGO”.

Pois é. Como ficar deprimido?! Uma coisa é insegurança, medo de não dar conta, ansiedade, mas, daí até a depressão tem uma grande distância.

Criei, então, um antônimo à DPP. É o que ainda estou sentindo. A Emoção Pós-Parto (EPP). Diferente da DPP, a EPP afeta também o pai. E é contagiosa, portanto, cuidado!

A EPP começa no instante do nascimento e pode durar de algumas horas até uma vida inteira. Cada caso é um caso. Seu principal sintoma é a emotividade causada pelo amor pleno que ocupa nosso coração. Aquela estória e “homem não chora” não vale para o período de EPP. De uma hora para outra as lágrimas adquirem vontade própria. Até um filminho “água com açúcar” da Sessão da Tarde pode fazer a gente chorar. Ao invés de descrever mais detalhadamente a EPP, vou dar um exemplo do estrago que ela pode causar.

Detesto acordar cedo. Quando preciso, fico num mau-humor insuportável. Nessa noite Andrei acordou às 3:30 da madruga. Fiquei tapeando-o até às 5h, quando já seria a hora de mamar. Ao levantar para ir à cozinha, beber água, deparei-me com um lindo nascer do sol, ali, bem na minha varanda. Uma bola de fogo saindo do horizonte, desejando-nos um Bom Dia.

Foi a primeira vez em quatro anos que percebi que o sol nasce na minha varanda.

Tirei uma foto e agradeci a Deus pela maravilha que é estar vivo e ter uma mulher e filho lindos.

PS: Este texto foi escrito no final de 2004, dias após o nascimento de Andrei. Hoje, 2 semanas depois do nascimento de Bruno, experimento novamente as mesmas sensações. A EPP me pegou de novo. Ainda bem.

domingo, 28 de setembro de 2008

Ensaio sobre a Cegueira

Há alguns anos ganhei de presente o livro Ensaio Sobre a Chegueira, do português Prêmio Nobel de Literatura José Saramago. Como ainda não tinha lido nada dele, confesso que quase desisti umas 3 vezes, por que não conseguia passar das páginas iniciais. Personagens sem nome, parágrafos intermináveis (3, 4, 5 folhas), linguagem rebuscada (pelo menos mais do que o usual), diálogos no meio do texto (sem aspas nem travessão), uso peculiar de pontuação, descrição minunciosa de lugares e situações. E não estava acostumado, mas insisti, já que tanta gente falava bem tanto do autor, quanto deste livro especificamente. Acho que eu estava cego. A partir de certo ponto, o livro passa a ficar sensacional, intrigante, emocionante. Passei a devorar as páginas numa velocidade alucinante, criando cada imagem em minha imaginação. O legal é, depois de concluído, discutir com outras pessoas como cada um "enxerga" as passagens do livro, principalmente o manicômio, onde os "recém-c(h)egados" ficam de quarentena e a trama principal acontece.

Quando soube que um filme baseado no livro seria lançado, pensei: "como será que o diretor vai interpretar as minhas imagens?". Ontem assisti o filme no cinema. Na minha opinião, o brasileiro Fernando Meirelles não decepcionou nadinha. Muito pelo contrário, o jogo de iluminação, fotografia e câmeras é impressionante. O efeito "leitoso" para retratar a "cegueira branca" foi um toque genial. E a discreta (fantástico aquele "plim" na hora que cada um fica cego), mas marcante, trilha sonora, funciona muito bem. É raro um filme conseguir não ficar aquém do livro. Na opinião de um leigo, apenas apreciador de filmes e literatura, Meirelles conseguiu. Filmaço!

A cegueira coletiva, retratada por Saramago, reduz o homem à categoria animal. Luta-se apenas para comer e sobreviver. Dinheiro, diploma, título, cargo, nem mesmo seu nome, te faz melhor nem pior que ninguém. Pauleira é o fardo da mulher do médico, no filme interpretada por Julianne Moore, a única que continua a enxergar. Ver toda aquela degradação humana talvez seja até pior do que estar cego. Isso tudo no mínimo te faz pensar sobre sua forma de ver o mundo.

Julianne Moore e Mark Ruffallo, numa das cenas do filme

No livro ou no filme, é clara a metáfora quanto a epidemia de cegueira do mundo de hoje. Cegueira de valores, de compaixão, de honestidade, de caráter, de respeito, de solidariedade, de amor. Assista, leia, e procure enxergar com seus próprios olhos, formando a sua visão. Vale a pena.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Inspiração

Inspiração
Vem e vai
Como o vento
É como um sentimento
Que se aloja no coração
De quem sente

E se desloca pra mente
Que move os dedos
Jogando palavras
Revelando segredos
Pacientemente

E até mesmo
Numa casa vazia
Numa alma vazia
Há alguém capaz de fazer
Poesia

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

MacUbuntuOS

Há alguns meses troquei o Fedora pelo Ubuntu, ou seja, KDE por GNOME. Aos poucos venho aprendendo o quanto de coisa legal tem disponível.

A flexibilidade da parte visual permite a gente modificar bastante coisa. Minha interface agora está bem parecida com um MacOS, graças ao Mac4Lin. Ficou mais ou menos assim:


Se desejar experimentar, siga esse ótimo tutorial. E divirta-se!

sábado, 16 de agosto de 2008

Trajetória

Nascimento:
Choro
Xixi
Mamadeira

Infância:
Choro
Escolinha
Escorradeira

Adolescência:
Choro
Namoro
Doideira

Maturidade:
Choro
Trabalho
Idade

Velhice:
Choro
Lembrança
Saudade

Morte:
Choro
Renascimento
Eternidade

sábado, 9 de agosto de 2008

Pelamordedeus medeixelivre prapensar!

Um dos melhores livros que li ultimanente foi Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia, muito bem escrito por Nelson Motta. Uma leitura gostosa que detonei em duas - lá ele - sentadas. Literalmente comi o livro. São histórias de uma personalidade ímpar e de um talento musical raro.

Aprendi a gostar de Tim Maia desde pequeno. Lembro que meu pai ouvia mais os clássicos tipo Do Leme ao Pontal, Domingo ou Gostava Tanto de Você. Mas foi um grande amigo meu que me apresentou o verdadeiro Tim. Seu primeiro disco é de uma qualidade excepcional. Uma voz limpa e rasgada, bem diferente do que era mais pro fim da carreira. Levei um tempo para identificar que era ele. Tem músicas sensacionais como Cristina (minha favorita) e Coroné Antonio Bento. Outro bom amigo me deu um CD compilado com 28 músicas, entitulado por ele como "As melhores e menos conhecidas do Tim". Coisa rara, trata-se de música da fase Racional, onde Tim entrou numa viagem exotérica que o deixou careta por um tempo, mas com uma producào musica muito boa, embora pouco difundida (saiba mais). Mas não sou crítico de música, apenas um apreciador, então o foco quero dar é outro.

É sobre seu estilo de ser. Numa de suas canções ele começa dizendo "Pelo amor de Deus, me deixe livre pra pensar". Fico imaginando alguma mulher muito chata enchendo o saco dele com coisas idiotas. E aí pensei em escrever algo sobre isso. Precisamos de tempo pra pensar. E nem sempre os outros respeitam isso. Ou nem mesmo a gente percebe isso.

Tim Maia foi mesmo peculiar. Abriu sua própria produtora (A Seroma, de Sebastião Rodrigues Maia, seu verdadeiro nome), a qual administrava do seu jeito e pagava aos seus "fornecedores" como quando e como queria. Viveu intensamente música, mulheres e drogas. E dizia coisas como "Não quero dinheiro, eu só quero amar" ou "Ora bolas, não me amola com esse papo de emprego. Não tá vendo? Não tô nessa, o que eu quero é sossego" ou ainda "Yes I loved. More than I supposed to love" (Sim, amei mais do que supunha amar).

Às vezes precisamos mesmo de um tempo. Nesse mundo de hoje em dia às vezes vamos vivendo e não paramos pra pensar realmente no que queremos e nos rumos que estamos dando a nossas vidas. Também não precisamos seguir literalmente a filosofia Lobão "é melhor viver 10 anos a 1000 do que mil anos a 10", mas bem que podemos viver uns 80 anos a 100! Dê-se de presente seu tempo e procure ver se o seu rumo é o que você queria.

"Vou me embora agora pra longe, meu caminho é ida sem volta, minha estrela amiga me guia, me asa presa se solta.". Vá ver sua Cristina, seja ela quem (ou o que) for.

domingo, 3 de agosto de 2008

EmocionalMente

Saudade
Tô com vontade
De correr para seus braços
Imediatamente

Jogar o orgulho de lado
Deixar de ser tudo
Tão calculado
Arriscar novamente

Mas meu problema
É a porra da mente
Que insiste em funcionar
Mesmo quando quero
Que ela fique dormente

Será que um dia
A emoção me domina
Completamente?

terça-feira, 22 de julho de 2008

Palavras

O livro A Menina que Roubava Livros (The Book Thief, em inglês), que acabo de terminar, merece realmente ser lido. Nas 3 primeiras páginas eu não estava entendendo nada, até que notei na contra-capa que a história é contada pela Morte, com uma escrita muito interessante e peculiar. Tive que começar tudo de novo e aí fui tomando gosto. Contrariamente ao que possa parecer, não tem nada de mórbido. Tendo como pano de fundo a 2a Guerra Mundial, e todo o sofrimento por ela causado, o autor fala, acima de tudo, do poder da palavra. A menina protagonista, que passa por alguns infortúnios, vai se apegando cada vez mais aos livros. Sem condição de comprá-los, encontra/provoca situações que lhe permitem roubá-los. O próprio Hitler é um (péssimo) exemplo de alguém que mudou o mundo (isso ninguém pode negar) através das palavras. Veja um trecho do livro:

Sim, o Füher decidiu que dominaria o mundo com palavras. "Jamais dispararei uma arma", concebeu. Não precisarei fazê-lo. Mesmo assim não se precipitou. Reconheçamos nele ao menos isso. Ele não tinha nada de burro. Seu primeiro plano de ataque foi plantar as palavras em tantas áreas da sua terra natal quantas fosse possível. Plantou-as dia e noite, e as cultivou.
Observou-as crescer, até que grandes florestas de palavras acabaram crescendo por toda a Alemanha. Era uma nação de pensamentos cultivados.

Fica a sugestão de leitura, mas esse post é mesmo sobre palavras.

No mundo de hoje, cercados de tecnologia, fico meio preocupado com as futuras gerações. Além de TV e DVD, MSNs, e-mails, celulares, Orkuts e YouTubes da vida, será que as pessoas investirão (essa é o termo mais apropriado) tempo para ler um bom livro? E a escrita? Adeus à acentuação, gramática, concordância, .... Viva os Emoticons e o "internetês". Ler e escrever bem faz diferença (quantas "pedradas" você vê no seu dia a dia, vinda de pessoas supostamente "cultas" e bem-educadas?). Muita gente não passa em concursos públicos por causa de deficiência em Português (pior é que as provas agora nem tem mais Redação!). A transferência de conhecimento e cultura ainda se dá muito pela palavra falada e, principalmente, escrita.

Que exemplos estamos dando a nossos filhos?
Estamos estimulando neles o hábito da leitura? Que tipos de pessoas/profissionais estamos ajudando a formar?

Vou ficando por aqui, ressaltando este belo exemplo de como nunca é tarde para dar valor às palavras: Uma colega auditora da Receita Federal do Brasil, ainda na ativa, começou a escrever poesias aos 80 anos de idade e está prestes a publicar um livro. Conversamos um pouco há alguns meses (tive o prazer de ouvir algumas de suas poesias) e escrevi isto em homenagem a ela:

Feliz Regina

Meu filho
De três anos
Já se interessa
Pela Escrita

Nem sabe ainda
O quanto as letras
Juntas
Ficam bonitas

Eu
Aos dezoito
Num rompante
Criativo

Fui soltando
O meu verbo
E vou sentindo
Que estou vivo

Minha amiga
Aos oitenta
Atacou
De poetisa

Escrevendo...

Sobre a lua
Sobre o vento
E os amores
Desta vida

Nos miremos
Neste exemplo
E na luz
Desta menina

O papel
É o seu palco
Claire
Feliz
Regina

domingo, 20 de julho de 2008

Tempo

Amigo
Ou inimigo
Carrasco
Ou aliado
O certo
É que o Tempo
Passa tão rápido
Que não dá Tempo
De perceber
Que o Futuro
Já é Presente
E que o Presente
Já é Passado

quarta-feira, 9 de julho de 2008

O Tamanho da Corda

A metáfora da corda é usada em várias situações, mais comumente na família e no trabalho. Pais/chefes mais rigorosos/controladores mantém os filhos/empregados "na corda curta e esticada" o tempo todo, enquanto os mais permissivos tendem a mantê-la mais longa e frouxa. Como tudo na vida, existem prós e contras em ambas as abordagens. Então, fica sempre a dúvida, qual o tamanho ideal da corda? Resposta óbvia: depende. Da circunstância, do nível de confiança, dos riscos envolvidos, do prazo, das consequencias, do tipo de atividade, enfim, de uma série de fatores que devem ser analisados caso a caso. Usando o contexto do ambiente de trabalho, mais focando nos perfis gerenciais, vamos pensar um pouco sobre o assunto.

Tem gerente que acredita (esse prefiro chamar de chefe) que as coisas só acontecem porque ele fica o tempo todo "em cima", cobrando seus subordinados. Ele se acha insubstituível e fica feliz de ver todo mundo recorrendo a ele. Se sente importante. Seu telefone não para de tocar nem nas férias. Ele centraliza tudo, portanto mais ninguém na equipe tem a informação completa. Todos dependem dele. Esse é do tipo corda curta, que tem dificuldades de delegar e confiar nas pessoas, muitas vezes porque é extremamente perfeccionista. Essa equipe até produzirá resultados, mas terá pouco espaço para criatividade e inovação, pois não possui autonomia.

O outro lado da moeda é o gerente tipo laissez faire, laissez passer (deixai fazer, deixai passar). Ele dá pouco direcionamento, delega muito e cobra pouco. Tem dificuldades de dizer não e prefere evitar os conflitos. O corda frouxa pode ser útil numa equipe altamente competente e coesa, onde se tem maior auto-gestão do tempo. O efeito colateral é deixar as pessoas desorientadas, sem saber muito onde estão e pra onde vão. Os mais "descansados" podem se aproveitar dessa liberdade e "abusar" da confiança. Isso pode fazer com que os mais comprometidos se sobrecarreguem, e comecem a ficar insatisfeitos, aí os problemas vão aparecendo.

Acredito que no fundo cada um de nós tem uma tendência a um dos extremos, mas acho que o equilíbrio é a melhor escolha. Existe um tamanho de corda certo para cada membro do time, em cada momento. Tem gente que precisa muito de ordem e direção: Para eles, corda curta no início, soltando à medida que ganham auto-confiança e segurança naquilo que estão fazendo. Outros detestam controles excessivos, pois são muito dinâmicos e inovadores: Corda mais longa e solta, mas de vez em quando uns puxões para não perder o controle. Em fases iniciais de projetos complexos, com foco maior em planejamento, corda curta para que todos se envolvam no pensar como fazer. Na fase de execução, solta a corda mais um pouco, para dividir responsabilidades e desonerar o líder, que manterá o controle através dos acompanhamentos periódicos.

Longe de querer propor uma "receita de bolo", o recado aqui é devemos monitorar constantemente qual o tamanho da corda necessário para cada pessoa/situação. É como se fôssemos um polvo, com N tentáculos feitos de um elástico especial com alta resistência e poder de elasticidade (ora cabo de aço, ora corda de bungee jump). Cada pessoa é única, então devemos tratá-las todas com justiça, mas não de forma igual. Dá trabalho, mas é recompensador quando sentimos os reflexos positivos na motivação da cada um.

sábado, 5 de julho de 2008

Crazy

Não consigo
Escrever
O que penso

Não consigo
Dizer
O que sinto

Não consigo
Pensar
O que digo

Não consigo
Sentir
O que escrevo

Não consigo
Pensar no que escrevo
Nem sentir o que digo

Melhor não
Escrever
Nem Sentir
Nem Dizer
Nem Pensar

Melhor eu ir me deitar....

Ensaios Poéticos

Tenho algumas coisas escritas e resolvi publicá-las aqui, aos poucos, quando der vontade. Vou começar com uma das que mais gosto, que reflete um momento bem confuso que passei há alguns anos. Daqui em diante, toda vez que aparecer alguma poesia solta, ela será de minha autoria (ao menos que eu cite explicitamente a fonte). Não pretendo explicar o contexto nem informar quando as poesias foram feitas, mas terei prazer em receber feedbacks.

domingo, 29 de junho de 2008

AAAA - Associação dos Aplaudidores de Artistas Anônimos

Desde minha adolescência tenho uma certa compaixão por cantores/artistas que se apresentam para um público que não está nem aí para eles. Cantando em churrascarias, restaurantes, praças de alimentação de shopping, enfim, em locais onde eles não são nem de longe a atração principal. São "música ambiente", quase invisíveis. Se esforçam tanto (e às vezes são até muito bons!) para ganhar quando muito meia dúzia de aplausos de vez em quando. E ainda tem que aguentar aqueles bêbados chatos pedindo 200 vezes a mesma música.... Que vida difícil.

Com frequencia sinto vontade sincera de aplaudir, não por caridade, mas sim como um reconhecimento pelo esforço e talento deles. Mas nem sempre faço, por que é meio constrangedor bater palma sozinho (lembrei de um colega que fez isso - assim me contaram - num pequeníssimo intervalo de uma obra de Villa-Lobos. Olharam para ele com uma cara...) mesmo sabendo que palmas são iguais a bocejo. Um puxa outro. E a gente percebe nas expressões faciais dos artistas o quanto um aplauso faz bem para eles...

Mas resolvi escrever esse post porque sou obrigado a ouvir quase toda noite pseudo-artistas cantando num Karaokê que fica perto do meu prédio. Agora mesmo tem uma "Celine Dion" cantando a música de Titanic (vê como sofro?!). Minino, ..., é cada coisa... O pior é que tenho a impressão que sempre são as mesmas pessoas, e cantando as mesmas músicas, com a mesma desafinação. Tem um que canta sempre "É Isso Aí" aquela adaptação música de Damien Rice, na voz de Ana Carolina e Seu Jorge (eu até gostava da música, mas tô tomando ginge). Eles estão passando do limite!

Para esses, aqui pra nós, nem pagando ($) os aplaudidores oficiais da AAAA conseguiriam bater palmas...

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Peopleware: Resolvendo Conflitos

Em 1992 entrei na Universidade Católica de Salvador para fazer o curso de Bacharelado em Informática. Além de vídeo-games (Odissey, Atari, Intelevision, MSX, ..., lembra disso!?) eu tinha tomado um curso de Basic com 11 anos e dos 15 aos 17 trabalhei com meu pai na agência Orixá Viagens, onde digitava um bocado de coisa (bilhetes aéreos, fluxo de caixa) usando um XT e uns programas feitos por meu ele usando o Software Open Access II, uma espécie de suíte de escritórios para MS-DOS. Eu nunca tinha ouvido falar numa tal de Análise de Sistemas e tinha a ilusão de que iria trabalhar com computadores. Estava redondamente enganado.

Quanto mais a gente evolui na carreira percebemos que o tempo todo temos que interagir com chefes, colegas, subordinados, clientes e fornecedores. A habilidade de trabalhar bem em equipe torna-se, portanto, fundamental. Comumente bons técnicos se vêem assumindo funções gerenciais, o que aconteceu comigo desde 2003, liderando equipes de 10 a 15 pessoas, e a partir de 2006 cuidando de um área inteira, hoje com quase 90. Aí é que a gente vai descobrindo que software e hardware, por mais complicados que possam parecer, a gente resolve sem grandes traumas. É só comandar corretamente que eles obedecem (bem, ..., nem tanto, mas aí a gente reinicializa e fica tudo bem). Agora, o que dá trabalho mesmo, e às vezes suga nossas energias, é o peopleware.

Cotidianamente precisamos lidar com a resolução de conflitos entre membros do time. Com treinamentos, leituras, conselhos, cursos de extensão, a gente vai aprendendo algumas coisas. O PMBOK, por exemplo, apresenta algumas técnicas, que listo abaixo (texto extraído deste resumo) em ordem da menos para a mais recomendada:
  • Força [Forcing] - Uma das partes força a outra a concordar através do poder. Raramente produz o melhor resultado, uma vez que não foi gerado compromisso entre os envolvidos no conflito. Mais utilizada quando o tempo é crítico.
  • Retirada [Withdrawal] - Conviver com o problema sem, aparentemente, tomar conhecimento do mesmo, ou seja, evitar ou postergar indefinidamente a sua resolução. Objetiva fazer a regressão do conflito a partir da desistência de uma das partes, mesmo que não haja consenso.
  • Panos Quentes [Smoothing] - Busca de uma solução (reduzindo o tamanho do problema) priorizando a necessidade das partes envolvidas entrarem em acordo, mais do que a própria necessidade de resolver o conflito.
  • Compromisso ou Negociação [Compromise] - Busca de uma solução que satisfaça um pouco a cada uma das partes envolvidas. Usada quando existe uma tendência de cada uma das partes possa abrir mão de determinados posicionamentos.
  • Solução de Problemas, Confronto ou Colaboração [Problem Solving or Confrontation] - Colocar os envolvidos no conflito frente a frente, ou influenciar que isto ocorra. Desta forma poderão juntos identificar a causa-raiz e chegar a uma solução de consenso.
É interessante conhecer essas técnicas e saber o momento de aplicá-las (tem hora adequada para tudo), mas a experiência adquirida com a prática também nos ensina bastante. Aqui registro 3 lições que venho assimilando com o tempo:

1) Nunca acredite na primeira versão - não existem verdades absolutas; cada um representa a realidade conforme sua ótica, valores e crenças. Procure ouvir (eu disse ouvir, e não ficar interrompendo, dando opinião) com atenção as partes envolvidas para formar a sua própria interpretação do ocorrido. Também é bom tentar fazer cada um se colocar no lugar do outro. É como diz esta frase da música "Eu era um lobisomem juvenil", de Renato Russo: Todos têm suas próprias razões.

2) Não se discute coisa séria por meio eletrônico - tenho visto vários e vários casos de conflitos causados pela (má) escrita. Quem escreve está num estado de espírito que não necessariamente corresponde ao do leitor. Retrucar de bate-pronto um e-mail que à primeira vista não caiu bem pode ser um grave erro e só joga lenha na fogueira.

3) Nada substitui o contato pessoal - As pessoas devem, preferencialmente de "cabeça fria" em algum momento posterior ao "sangue quente" (mas não tão longe, para não perder o timing) procurar dizer pessoalmente (se não for possível, pelo menos por telefone) o que lhes incomoda, exercitando o feedback. É importante cada um ser específico, se atendo a fatos ocorridos , expressando como se sentiram na situação. Se bem aproveitado esse momento as relações só tendem a se fortalecer.

Espero que as dicas lhe sejam úteis e até a próxima!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Qualidade + Software + Livre

Embora eu tenha um maior envolvimento com Processos de Software desde 2002, participei de apenas 2 Simpósios Brasileiros de Qualidade de Software. Em 2006 (Vila Velha) e 2008 (Florianópolis). Das duas vezes fiquei muito satisfeito com a organização e a qualidade técnica dos artigos apresentados, além de, é claro, da beleza das cidades escolhidas. A gente sai do evento com bastante idéia e muito material para ler, afinal temos em mãos os anais do evento.

Desde 2006, no entanto, saí com uma pulga atrás da orelha. Por várias vezes os trabalhos produzidos são fruto de dissertações de mestrado e teses de doutorado, de quando em vez propondo novas ferramentas para atacar algum problema em aberto no campo da engenharia de software. Fiquei com a sensação de ter ouvido muito o termo "minha ferramenta", quase nunca sendo divulgado onde posso obter o link para download do código-fonte, sequer do binário (sempre havia melhorias a fazer, eles deviam usar a filosofia do VO). Achei que era coisa da minha cabeça, mas em 2008 continuo com a mesma impressão. Tomara que eu esteja errado.

A questão que fica martelando é: Se um dos objetivos da academia é estimular a pesquisa e o compartilhamento de conhecimentos, por que os códigos-fontes gerado ficam "debaixo do braço" dos seus autores? Ou então, por se tratarem de projetos grandes de professores/orientadores, cada orientando faz um pedaço e o código fica dentro da universidade. Essa é a lógica? Se forem instituições privadas, vá lá, mas e quando é o governo que está bancando?

Se isso realmente ocorre, por que será? Vaidade dos orientadores? Dos orientandos? É um problema cultural? Ou é apenas por que o mundo evoluiu e as universidades ainda não conseguiram acompanhar na velocidade desejada? O que falta para mudar esse cenário?

A última vez que estive no meio acadêmico foi 2004/2005, num MBA em Administração, portanto realmente não tenho conhecimento de causa para tratar deste ramo. Mas, meu envolvimento com comunidades Java, software livre e trabalho colaborativo não me permitem a omissão. Tenho visto o governo brasileiro estimulando as empresas públicas a usar e produzir software de código aberto. O mesmo deveria ocorrer com as universidades públicas: A regra seria disponibilizar todo o código sob licença livre, escolhendo-se a mais adequada para cada caso, ou então até criando um novo tipo para projetos oriundos do ensino. Sei que existirão exceções, decorrente de convênios empresa x universidade ou de instituições auto-sustentáveis que obtém rendas através de consultoria (mesmo essas, não precisariam lucrar com licenciamento, afinal as obras são produzidas como fruto de pesquisa), mas isso não é desculpa para produzir tão pouco.

Já imaginou o benefício que esse direcionamento poderia trazer? Logo de cara diminuiria um aparente distanciamento entre o meio acadêmico e o software livre. Mestres e discípulos seriam meio que obrigados a compreender melhor esse mundo. Temas ligados a Processos, Qualidade e Engenharia de Software se tornariam mais comuns nas comunidades, e vice-versa. Ouviríamos mais sobre Software Livre no SBQS. Veríamos mais fundamentação acadêmica no FISL.

Se você possui algo a contribuir, gostaria muito de ouvir sua opinião, principalmente se tiver contra-exemplos (eu mesmo tenho um: A Incubadora Virtual) para me mostrar que estou enganado, que o cenário é melhor do que estou enxergando. Do contrário, se nada for feito, continuaremos com muito código fechado e perderemos grandes oportunidades de inovação.

domingo, 8 de junho de 2008

Blog++

Esse negócio de blog vicia... Depois de bazedral.blogspot.com e javabahia.blogspot.com, blogs de temas específicos relativos a trabalho colaborativo e Java, respectivamente, comecei a sentir necessidade de expressar opiniões e sentimentos sobre temas diversos. Para não desvirtuar os outros dois, resolvi então criar meu blog pessoal. Até pensei em alguns nomes, mas caí no lugar comum e o batizei de sergerehem.blogspot.com mesmo.

Espere de tudo: Software, música, cultura, poesia, esporte, ...., enfim, vamos ver onde isso vai dar.

Até!