quarta-feira, 18 de maio de 2011

Normandear

Engraçado como a vida nos prega peças. Eu tenho pensado um pouco no que tem acontecido comigo ultimamente. Comecei a notar que as atividades normais que exerço (família, Serpro, JavaBahia, Grupo LinguÁgil, InfoQ-BR, ...) tem estimulado mais o meu lado racional, lógico, o meu lado Rehem. Herança de meu pai, tios e avô, os Rehem são normalmente metódicos, perfeccionistas, responsáveis, honestos, perspicazes. Eu tenho muito desse lado, mas por parte de mãe - Normando - vem bagunça, criatividade, inquietação, instabilidade, improviso, irreverencia. Descobri que sou um ser meio dual, mas não estava deixando meu lado Normando se mostrar...

Serge, Léo, Ione e Mila. Saudades...

De uns tempos pra cá (escrevi sobre isso no post Sabático Bazedral - Dando um Tempo sem Sair de Dentro) tenho reforçado o bodyboarding (agora sou local de scar-reef, nos fins-de-semana), a poesia e, mais recentemente a música. Por um acaso do destino, em dezembro do ano passado conversando com Vinícius - colega de Larissa da Defensoria Pública - sobre o Pixies (eu fui no show deles no SWU, ano passado, com meu grande brother Alex Reis), descobrimos gostos musicais em comum. Comentei que estava curtindo muito uma banda baiana chamada Maglore, que ele devia escutar. Era uma 5a-feira. No sábado ele me liga dizendo ter adorado, teria um show no domingo, no Tom do Sabor.

Fomos eu (conseguimos um "ticket" de liberação pra mim), ele e Ednardo, um primo meu de 2o grau, de 18 anos recém-chegado de Fortaleza. Foi muito massa. Antes, durante e depois (rolou Cheiro de Pizza). Eu havia escrito Do Mar naquela mesma manhã. Vinicius comentou que já teve banda, gostava de fazer som. Eu, que arranhava - mal - o violão, mas tinhas umas poesias escritas. Ele me sugeriu aprender baixo e formarmos uma banda, a Vellotrol (nome que ele já tinha em mente há alguns anos, e que usamos por um tempo). Ficamos viajando nessa ideia. Na manhã seguinte eu escrevi Meu Nome Não é Ralph (um "homenagem" a um amigo - quando ele souber talvez não mais o seja - sobre homem que sei deixam dominar pelas mulheres). Mandei por e-mail. Nos dois dias seguintes Vinícius manda o MP3 de Do Mar, Meu Nome Não é Ralph e Janela Acesa (esta última, letra dele). Era inevitável, a banda ia surgir.


Me matriculei numa aula de baixo, arranjei um emprestado com Robgol e daí me sensibilizei com a situação de Wilson (sobre isso, depois eu escreveria Tiara e Barba, Vinícius musicou.), colega do Serpro que vinha tocando numa banda que só fazia cover. Passei pra eles alguns MP3 da gente (eu e Vinicius a essa altura já haviamos nos encontrados 2 ou 3 vezes, tocando violão e passando nossas músicas - que já passam de 45, a produtividade impressionante!!). Ele curtiu, chamei ele pra tocar com a gente. Primeiro encontro a gente viu que rolou química, tínhamos o 3o componente. Faltava o bateirista.

Adoramos o nome Vellotrol, mas descobrimos outros por aí (Velotroll, Velotrol e, pra nos dar um banho final de água fria, Velotroz. Uma banda baiana que vem fazendo sucesso). Já não pareceríamos tão originais, precisávamos de outro nomes. Brainstorming via web, alguns candidatos, ficamos divididos entre Radiotroll e Os Normandos. Deu até votação na Internet usando o Who's The Most (produto de um coding-dojo improvisado que fizemos no Serpro, coisa de Nerd, esquece). O nome foi sugerido por Vinícius, ou ViniciOus, como Wilson sugeriu outro dia (por causa da sua "compulsão" por criar letras e melodias novas!). Ele vira meu sobrenome no Facebook. Fiquei meio sem graça em ter meu sobrenome numa banda, mas havia gostado, e gosto cada vez mais!

Em maio conhecemos Tércio, um engenheiro de postura e fala tranquilas, precisão na bateria e, depois descobriríamos, muito bom-humor (para ele escrevi e musiquei Rei Banguela, um Axé que não sei se um dia tocaremos. Wilson fez uma versão Rock, ainda não ouvimos). Era meu primeira vez num estúdio, a primeira vez tocando baixo numa banda (errei pra burro, mas foi muito melhor do que eu - e meus companheiros de banda, acredito - esperávamos).


O som rolou solto, passamos umas 16 músicas em 3 horas. Todas nossas, nenhum cover. Mais um ensaio nesse estúdio (veja vídeos), inauguramos o Garage Band o prédio de Vinicius em Alphaville e eis que aparece o Tecladoguitarristafaztudo Fred Normando Osbourne, assim já foi batizado). Oriundo do Heavy Metal (sua outra banda é a Monstro Baby), mas com um teclado meio anos 80, sua energia e seu som sintonizaram com o resto da galera. Banda completa, muita diversão, nenhum show ainda mas já alguns fãs, e criatividade rolando solta. Algumas músicas vc pode ouvir no MySpace.




De lá para cá, várias canções escritas (algumas letras no Terra) e tocadas (eu venho arriscando mais nas melodias, vide Reto Circular, abaixo), alguns ensaios, nenhum show (ainda), meia dúzia de fãs internéticos (sim, já temos página no Facebook), muita empolgação e vontade de mostrar nosso som ao vivo. Diversão, solução sim.

Encontre mais artistas como Os Normandos em Myspace Music
Reto Circular


...

Enfim, porque estou escrevendo isso tudo? Para dizer a mim mesmo e a você que está lendo: A vida é muito curta, deve ser encarada de forma mais leve, solta (veja a letra de Queda Livre, do Cascadura). Tenha pressa de viver e fazer o bem! Não deixe para amanhã para iniciar o hobby que você tanto quis, priorize-se!!! Seja autêntico, digno, multidimensional!

SOLTE O NORMANDO QUE HÁ EM VOCÊ!!!

sábado, 14 de maio de 2011

Depois da Tempestade

Eu sei que tudo vai
Acalmar
Depois da tempestade
Nuvens vão
Dissipar
Aprumar
Içar as velas
E seguir

O vento ainda sopra
Sinto que ele vai
Nos guiar
De nada adianta
Se medir, comparar
Quem foi que mais sofreu

As lágrimas que escorri
Não são mais fortes que eu

Agora já posso
Abrir as escotilhas
E deixar o sol invadir
Pra gente então se ver sorrir
Aportar
Depois da tempestade

terça-feira, 3 de maio de 2011

Invisível Tanto Tempo (Os Normandos)


Eu via você
Brincar com seu olhar
Fui me perder pra encontrar
A alma que xerocou do meu ser

Agora eu já sei
Que ser um bom rapaz
Não foi em vão eu fui capaz de suportar
Ser invisível tanto tempo

Ser invisível tanto tempo assim

Pegue as coisas, vamos fugir
Para onde só se fale de amor
Só se queira sentir
Como hoje eu estou

Tantas vezes sonhei você pra mim
Hoje eu tenho o seu querer
Pra nunca mais perder