sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Voltei, Finalmente

Estranha a sensação de voltar
Pra onde nunca devia ter saído
Eu fiquei, mesmo sem estar
Flutuando num deserto perdido
Incerto

Se saber o mínimo
Sobre aqueles que estavam
Por perto

Agonizei num espaço sem sentido
Tomei um choque que procurei
Loucamente, desesperadamente
Ter recebido

Foi assim que voltei.

Agora aqui estou olhando para tudo
Como se fosse a primeira vez
Me sinto parte novamente
A apatia não me deixa mais dormente

Tudo sempre foi e é por causa de você.

Já estou sentindo chegar de novo a paixão
Adolescente
Tenho a mais pura sorte de ter você
Docemente
Em teus braços quero repousar e ver
Mais uma vez o sol brilhar
Reluzente

Voltei, finalmente.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Cansei de Ser Simpática

Cansei de ser simpática
De sorrir pra essa gente problemática
De fingir um alto astral
De comparecer e parecer feliz
Em cada compromisso social
Pra afagar o ego de um ser qualquer, banal
Que demonstra ser e ter aquilo que não é

Cansei de ser simpática
De trocar meias palavras
E forçar me interessar
Por cada conversa pobre e fática
De alimentar toda essa hipocrisia emblemática
Escorrida pelos cantos das bocas ácidas
Invisível nas belas fotos de família
Onde a perfeição esconde a dureza da verdade

Ai de nós sem aquela
Mentirinha necessária
Desculpinha esfarrapada
Fofoquinha estimulada
Falsidade tolerada
Simpatia simulada
Com certeza acabaria
A nossa sociedade pálida

Mas confesso que queria
Pelo menos por um dia
Simplesmente ser sincera
E dizer tudo o que penso
Quem me dera

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Esses Anões Generais

Gigantes de pernas longas artificiais
Em pé sobre areia movediça
Não se sustentam
Não se aguentam
Afundam bem antes da primeira pedra
Na testa

Em reuniões de generais
Decidem num toque impensado
O suposto futuro dos pobres mortais
Sem ouvir ninguém, sem sentir
O rastro fétido e podre
Que deixam ao sair

Seus exércitos de infiéis
Arrebentam anéis de lata enferrujada
Feridos procuram uma outra manada
Perfilam-se e giram em busca do nada
Até um outro qualquer vir montar em seu lombo
Na direção de mais uma batalha perdida, infundada

Não vou participar dessa festa funesta
Onde seres por baixo vestidos de trapos
Até nos parecem limpos, perfumados
Mas de perto cheiram mal
Muito mal

Prefiro ser apenas eu
Praticar tudo aquilo que prego
Me mantendo, pelo menos tentando
Ser maior que meu ego
E se me perguntam, não nego

Sou Davi, pequeno e valente
Pra esses anões tão doentes
No final vai restar
A justiça
Das voltas que o mundo dá

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Os Normandos, no Boteco Ali do Lado

Quase um mês depois do nosso show de estreia, está pintando nova oportunidade de tocarmos, na segunda quinzena de outubro. O feedback da galera no primeiro show foi tão legal que a gente já está se arriscando a preparar umas surpresas para o 2o.

Eu fiquei bem feliz com o desempenho da gente. Particularmente, me senti bem menos nervoso do que imaginei. Errei muito pouco também. Considerando que sou um baixista iniciante e que apenas ensaiei algumas vezes sem olhar as cifras, não foi nada mal.

Taí uns trechinhos do show, filmados e editados por meu irmão Leandro Rehem. Quem sabe você não se anima e vai assistir a gente hora dessa?



No canal d'Os Normandos no YouTube tem vários outros vídeos. Se gostar, divulga!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O Vazio Que Ficou Aqui (Os Normandos)

Eu me prometo que não vou deixar
Ninguém ocupar esse lugar
Que é seu desde a primeira vez
Que eu te vi

Então, a cada amanhecer um novo dia sem você
É um fardo triste que carrego sem sentir
Meus ombros na esperança de suprir
O vazio que deixou aqui

E se eu souber que você vem não vou dar pé
Não quero jogar fora a chance que eu tiver
De ter você de volta, inteira, só pra mim

domingo, 18 de setembro de 2011

Pequenina



Pequenina
Diz pra mim como fui capaz
Esperar tanto assim
Pra ser seu papai

Quantas vezes sonhei com você
Sem saber
Se em seu nobre coração
Vai caber
Todo amor que guardei
Pra quando nascer
Ainda bem que esse dia
Vai acontecer

Pequenina
Das vovós, os nomes juntei
Iane, Bruno e Andrei
Agora são três!

Fico imaginando
O seu rosto, seu olhar
Ver o seu sorriso
Em meu colo te ninar



Letra adaptada da música Ei Menina, da banda Os Normandos, da qual sou o baixista.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Santos 04 x 05 FLAMENGO: A Música Já Foi Tocada


Todo mundo sabe que pra pedir música no Fantástico, o jogador tem que fazer três gols, e no domingo. Portanto, Ronaldinho Gaúcho não vai pedir. Ainda bem! E nem precisava. A MÚSICA JÁ FOI TOCADA.

Não tô aqui pra falar da genialidade do Gaúcho (último Camisa 10, de verdade, da seleção brasileira). Também não vou minimizar, nem negar, as virtudes do Santos. Isso porque, quanto ao Camisa 10, cairia na redundância, e quanto ao Peixe, passaria como mentiroso; e ao menos “mentiroso” ainda posso dizer que não sou. Voltando ao que interessa, a música já foi tocada e isso me inspirou.

Num momento em que temos uma “crise” de qualidade no futebol brasileiro, onde o peso e a responsabilidade de uma guerra é lançada nas costas de um menino de 19 anos (embora gênio, menino), pude assistir uma das mais belas apresentações (não “partidas”) de futebol em minha geração. E tudo graças à regra de honra imposta pelos próprios combatentes: jogue, e deixe jogar. Eu posso até tá parecendo simplista, mas graças ao respeito a esse princípio pudemos ver um jogo de futebol onde o número de chutes a gol foi superior ao número de faltas. E assim foi SANTOS 04 X 05 FLAMENGO.

Eu assisti o jogo, sei que o placar poderia ser o contrário, com a vitória do Santos. Ou pior, o Peixe teve grandes oportunidades pra golear, e até humilhar, o Rubro-Negro. Mas não o fez. O placar desfavorável de 3 x 0, que nocautearia um time comum, não abalou as estruturas do Mengão. E isso comprova que ele tem, sim, a segurança e a maturidade pra lutar diretamente, até o fim, pelo título de 2011. O 1º gol de Borges foi genial: jogada individual de Neymar, enfiada de Elano, matada de Borges, e saco. No segundo gol, passe de Ganso, mais jogada de Neymar, defesa espetacular de Felipe, vacilo da defesa, competência e oportunismo de Borges e, de novo, saco. O terceiro gol foi mais que “golaço”. Como diria Luciano do Vale, “não há palavras pra descrever o gol de...” Neymar. Não dá pra descrever o que o menino fez. Quem viu, viu. Quem não, viu, procure no youtube.



Se vc realmente gosta de futebol, vc merece ver. 3 x 0 em plena Vila Belmiro. Vitória fácil diante de uma defesa mal estruturada? Ledo engano. Apesar da fragilidade no setor defensivo, o setor de produção sempre esteve buscando sua capacidade máxima. Jogada do “curinga” Luiz Antônio, cruzamento na área, cochilo na defesa do Santos, e a música começou a tocar... “TU ÉS, TIME DE TRADIÇÃO!” Ele, Ronaldinho, empurra pra dentro. 3 x 1. E como verdadeiro guerreiro, pega a bola no fundo das redes e acelera o reinício do jogo. Não havia tempo a perder com comemoração. Como verdadeiro gestor, arrumou o freio do bonde! E a música continuou... “RAÇA, AMOR E PAIXÃO, OH! MEU MENGO!”

Sem perder tempo, Léo Moura colocou a bola “com a mão” na cabeça de Tiago Neves, que tinha lido a cartilha, cabeceou para o chão, como tem que ser. 3 x 2. Lembrou até aquele cruzamento, ou melhor, passe, de Jorginho pra Romário naquele jogo contra a gigante Suécia, na copa de 1994. Questionável, foi marcada penalidade a favor do Santos. Pressão excessiva no batedor, tranquilidade e frieza do goleiro, e o resultado: Felipe 01 x 00 Elano. E foi aí que a música não parou: “...EU SEMPRE TE AMAREI!”, e o milagre aconteceu: ele mesmo, Deivid, que tentou nos convencer que o gol feito por Ronaldinho foi difícil ao jogar uma oportunidade parecida pra fora, se antecipa no primeiro pau e empata do jogo. 3 x 3. O ingresso já tinha sido pago há muito tempo!

Desde “aquele” gol do Neymar. Mais ainda, havia o segundo tempo. Será que os técnicos reforçariam os setores defensivos? Afinal as redes já tinham sido balançadas demais! Não! Havia uma regra, um princípio: jogue, e deixe jogar. E o Santos jogou. De novo, o menino, após contra-ataque puxado por Léo (o alvinegro), marcou 4 x 3. Se o placar parcial de 3 x 0 havia deixado a torcida rubro-negra aflita no primeiro tempo, a reação demonstrada dava a certeza de que o jogo “ainda tava só começando”. E assim a música continuou “... ONDE ESTIVER, ESTAREI, OH! MEU MENGO!” ... e o novo empate! Já viu “golaço”, em cobrança de falta rasteira? Pois é. Existe. Ronaldinho Gaúcho, especialista em fazer as jogadas mais simples se revestirem de beleza especial, fez. Por baixo da barreira, 4 x 4. Mas agora, a música era diferente... o time queria mais... e a raça dos jogadores fez transbordar na Nação Rubro-Negra a última declaração: “MENGÃO DO MEU CORAÇÃO!” E a música continuou ... e o maestro Ronaldinho Gaúcho fez história no Brasileirão: Santos 04 x 05 Flamengo. A tensão e a emoção foram demais, embora concentradíssimo, não lembro de toda a jogada. Só lembro que, num contra-ataque, Tiago Neves passou pra Ronaldinho, que bateu cruzado (também com tinha que ser), leve desvio, e gol! E o bonde voltou a perder o freio.

Jogaço! O melhor que já vi. Sei que, por ser Flamenguista, a vitória pode ter influenciado um pouco a eleição. Mas muita gente que não torce pelo Mangão, e não teve a oportunidade de ver jogos da Seleção ou mesmo o Santos, ambos na época de Pelé, vai ter, também, a mesma opinião. Desde que nasci Deus me deu essa alegria: torcer pelo Flamengo, um time que joga, e deixa jogar! “Fantástico”, A MÚSICA JÁ FOI TOCADA!


Nota de Serge Rehem: Esse texto me foi encaminhado por e-mail pelo amigo Fátimo. Não assisti o jogo, mas fiquei impressionado com a qualidade do texto por isso sugeri que ele o deixasse disponível na internet. Para isso ofereci o meu blog. Ah, eu sou Baêa, e só. Mas gosto de um bom futebol, então parabens aos dois times pelo jogaço e a "Fafau da Bahia" pelo relato inspirado!

sábado, 9 de julho de 2011

Eu Só Quero Querer

Mas eu só quero querer
Aquilo que nem sei o que
E logo depois de alcançar
Já vou começar a esqueçer

Eu nunca vou me contentar
O próximo sonho sonhar
Viver infeliz por aí
Por tudo que não consegui

Eterna procura no ar
Perdido escolho chorar
Eu só quero querer
Eu só quero querer

Sendo assim
Tropeço na busca
Sem fim

domingo, 26 de junho de 2011

Minha Tribo Sou Eu

Não
Eu não vou modificar
A minha forma de vestir
Nem de falar
Pra qualquer tribo me aceitar

Eu não vou me reduzir
Me rotular
Não vou me simplificar

Pra você me conhecer
Vai precisar
Ir um pouco mais além
Do breve primeiro olhar

Posso ser quem eu quiser
Surpreender
Vou distorcer o som de mim
Com meu pedal
Viver completamente assim
Multidimensional

Sim
A minha tribo sou eu mesmo
E ponto final

sábado, 4 de junho de 2011

Rei Banguela (Os Normandos)

Essa prosa é sobre um cara curioso
Engenheiro calculoso
Teve banca de jornal

Primeira vista moço de aparencia séria
Seu alter-ego banguela
Não é lá muito normal
Já emprestou dinheiro a pobre
A juros descomunal

Acorda cedo, cooper, nado, pedalada
Gatorade batizado
Tá em forma afinal

É na baqueta que o nosso Rei impera
É baticabum batéra
Um Normando infernal

Triatleta de araque
Enche a cara de chá-mate
Perdeu sua carruagem
Cinderelo é o tal

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Essa Eu Fiz Pra Mim

Então eu resolvi fazer agora aqui
Uma canção pra mim
Pegar meu violão, cantar e até poder
Desafinar assim

Abrir aquele velho livro de Almir
Tentar tocar o acorde que não aprendi

Me homenagear vou celebrar que hoje estou
Sozinho enfim
Se eu gritar mais alto é pra sentir que ainda
Estou vivo sim

Esse refrão é pra me dar um tempo
Agora só Stella entende o meu momento

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Normandear

Engraçado como a vida nos prega peças. Eu tenho pensado um pouco no que tem acontecido comigo ultimamente. Comecei a notar que as atividades normais que exerço (família, Serpro, JavaBahia, Grupo LinguÁgil, InfoQ-BR, ...) tem estimulado mais o meu lado racional, lógico, o meu lado Rehem. Herança de meu pai, tios e avô, os Rehem são normalmente metódicos, perfeccionistas, responsáveis, honestos, perspicazes. Eu tenho muito desse lado, mas por parte de mãe - Normando - vem bagunça, criatividade, inquietação, instabilidade, improviso, irreverencia. Descobri que sou um ser meio dual, mas não estava deixando meu lado Normando se mostrar...

Serge, Léo, Ione e Mila. Saudades...

De uns tempos pra cá (escrevi sobre isso no post Sabático Bazedral - Dando um Tempo sem Sair de Dentro) tenho reforçado o bodyboarding (agora sou local de scar-reef, nos fins-de-semana), a poesia e, mais recentemente a música. Por um acaso do destino, em dezembro do ano passado conversando com Vinícius - colega de Larissa da Defensoria Pública - sobre o Pixies (eu fui no show deles no SWU, ano passado, com meu grande brother Alex Reis), descobrimos gostos musicais em comum. Comentei que estava curtindo muito uma banda baiana chamada Maglore, que ele devia escutar. Era uma 5a-feira. No sábado ele me liga dizendo ter adorado, teria um show no domingo, no Tom do Sabor.

Fomos eu (conseguimos um "ticket" de liberação pra mim), ele e Ednardo, um primo meu de 2o grau, de 18 anos recém-chegado de Fortaleza. Foi muito massa. Antes, durante e depois (rolou Cheiro de Pizza). Eu havia escrito Do Mar naquela mesma manhã. Vinicius comentou que já teve banda, gostava de fazer som. Eu, que arranhava - mal - o violão, mas tinhas umas poesias escritas. Ele me sugeriu aprender baixo e formarmos uma banda, a Vellotrol (nome que ele já tinha em mente há alguns anos, e que usamos por um tempo). Ficamos viajando nessa ideia. Na manhã seguinte eu escrevi Meu Nome Não é Ralph (um "homenagem" a um amigo - quando ele souber talvez não mais o seja - sobre homem que sei deixam dominar pelas mulheres). Mandei por e-mail. Nos dois dias seguintes Vinícius manda o MP3 de Do Mar, Meu Nome Não é Ralph e Janela Acesa (esta última, letra dele). Era inevitável, a banda ia surgir.


Me matriculei numa aula de baixo, arranjei um emprestado com Robgol e daí me sensibilizei com a situação de Wilson (sobre isso, depois eu escreveria Tiara e Barba, Vinícius musicou.), colega do Serpro que vinha tocando numa banda que só fazia cover. Passei pra eles alguns MP3 da gente (eu e Vinicius a essa altura já haviamos nos encontrados 2 ou 3 vezes, tocando violão e passando nossas músicas - que já passam de 45, a produtividade impressionante!!). Ele curtiu, chamei ele pra tocar com a gente. Primeiro encontro a gente viu que rolou química, tínhamos o 3o componente. Faltava o bateirista.

Adoramos o nome Vellotrol, mas descobrimos outros por aí (Velotroll, Velotrol e, pra nos dar um banho final de água fria, Velotroz. Uma banda baiana que vem fazendo sucesso). Já não pareceríamos tão originais, precisávamos de outro nomes. Brainstorming via web, alguns candidatos, ficamos divididos entre Radiotroll e Os Normandos. Deu até votação na Internet usando o Who's The Most (produto de um coding-dojo improvisado que fizemos no Serpro, coisa de Nerd, esquece). O nome foi sugerido por Vinícius, ou ViniciOus, como Wilson sugeriu outro dia (por causa da sua "compulsão" por criar letras e melodias novas!). Ele vira meu sobrenome no Facebook. Fiquei meio sem graça em ter meu sobrenome numa banda, mas havia gostado, e gosto cada vez mais!

Em maio conhecemos Tércio, um engenheiro de postura e fala tranquilas, precisão na bateria e, depois descobriríamos, muito bom-humor (para ele escrevi e musiquei Rei Banguela, um Axé que não sei se um dia tocaremos. Wilson fez uma versão Rock, ainda não ouvimos). Era meu primeira vez num estúdio, a primeira vez tocando baixo numa banda (errei pra burro, mas foi muito melhor do que eu - e meus companheiros de banda, acredito - esperávamos).


O som rolou solto, passamos umas 16 músicas em 3 horas. Todas nossas, nenhum cover. Mais um ensaio nesse estúdio (veja vídeos), inauguramos o Garage Band o prédio de Vinicius em Alphaville e eis que aparece o Tecladoguitarristafaztudo Fred Normando Osbourne, assim já foi batizado). Oriundo do Heavy Metal (sua outra banda é a Monstro Baby), mas com um teclado meio anos 80, sua energia e seu som sintonizaram com o resto da galera. Banda completa, muita diversão, nenhum show ainda mas já alguns fãs, e criatividade rolando solta. Algumas músicas vc pode ouvir no MySpace.




De lá para cá, várias canções escritas (algumas letras no Terra) e tocadas (eu venho arriscando mais nas melodias, vide Reto Circular, abaixo), alguns ensaios, nenhum show (ainda), meia dúzia de fãs internéticos (sim, já temos página no Facebook), muita empolgação e vontade de mostrar nosso som ao vivo. Diversão, solução sim.

Encontre mais artistas como Os Normandos em Myspace Music
Reto Circular


...

Enfim, porque estou escrevendo isso tudo? Para dizer a mim mesmo e a você que está lendo: A vida é muito curta, deve ser encarada de forma mais leve, solta (veja a letra de Queda Livre, do Cascadura). Tenha pressa de viver e fazer o bem! Não deixe para amanhã para iniciar o hobby que você tanto quis, priorize-se!!! Seja autêntico, digno, multidimensional!

SOLTE O NORMANDO QUE HÁ EM VOCÊ!!!

sábado, 14 de maio de 2011

Depois da Tempestade

Eu sei que tudo vai
Acalmar
Depois da tempestade
Nuvens vão
Dissipar
Aprumar
Içar as velas
E seguir

O vento ainda sopra
Sinto que ele vai
Nos guiar
De nada adianta
Se medir, comparar
Quem foi que mais sofreu

As lágrimas que escorri
Não são mais fortes que eu

Agora já posso
Abrir as escotilhas
E deixar o sol invadir
Pra gente então se ver sorrir
Aportar
Depois da tempestade

terça-feira, 3 de maio de 2011

Invisível Tanto Tempo (Os Normandos)


Eu via você
Brincar com seu olhar
Fui me perder pra encontrar
A alma que xerocou do meu ser

Agora eu já sei
Que ser um bom rapaz
Não foi em vão eu fui capaz de suportar
Ser invisível tanto tempo

Ser invisível tanto tempo assim

Pegue as coisas, vamos fugir
Para onde só se fale de amor
Só se queira sentir
Como hoje eu estou

Tantas vezes sonhei você pra mim
Hoje eu tenho o seu querer
Pra nunca mais perder

domingo, 24 de abril de 2011

Auto-plágio

Foi sem notar
Eu não sabia que eu tinha
Essa tendência incontrolável
De querer me copiar

Me enganando totalmente
Estava achando que seria
Extremamente original

Mas me peguei me repetindo
Totalmente muitas vezes
Era nada casual

Não sei se é ego estufado
Narcisismo exacerbado
Ou um receio infundado
De deixar de ser igual

Os mesmos versos, mesmas notas
Mesmas danças, mesmas prosas
Mesmos medos, mesmos erros
Descobriram meu segredo
Sou um plágio de mim mesmo
Mas meu bem não foi por mal

terça-feira, 19 de abril de 2011

Rato Digital

Fogão de lenha, esse mineiro
Vive a desenhar
Foi no planalto, clima seco
Encontrar seu mar

Se sente torto, desconexo
Em seu paletó
É nas dez cordas da sua viola
Que não se sente só

Em tantas formas, belos traços
Chama atenção
Seu alimento branco e pardo
Falta emoção

Queijo amarelo, pouco molho
Nada especial
Antonialli, vinho nobre
Rato digital

Pequeno punk, faceiro Caio
Pra lhe transformar
Em sua vida, novas cores
Veio espalhar

E nessa moda caipira
Moço aprendiz
Correndo risco, o amigo rato
Agora é mais feliz

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Imaginação

por Serge Rehem e Andrei Rehem

Na minha imaginação
O mundo é bom de se viver
É só fechar os olhos e pensar
Que tudo pode acontecer

Um super-heroi valente
Vai o crime combater
Com seu poder incrivelmente forte
Põe os monstros pra correr

Um duende trapaceiro
Uma bruxa muito má
Mas num cavalo bem ligeiro
Tem um rei a imperar

E com asas flamejantes
Lá no ceu eu vou voar
Atravessar o infinito
Num planeta aterrisar

Há sempre uma princesa bela
E presa num castelo a esperar
Onde um dragão faminto e brabo
Solta fogo pelo ar

Chega o principe encantado
Corajoso e veloz
Beijando a linda princesa
Quando enfim ficam a sós

O meu mundo é tão perfeito
Aventura e emoção
Vou voltar a ser criança
Na minha imaginação

domingo, 10 de abril de 2011

U2 Sampa Trip Brazil 2011



02 de outubro de 2009, Charlotesville, Virginia. O terceiro e último show da incrível U2 trip. Na boca um gosto insaciável de quero mais. Tudo devidamente registrado e blogado aqui. Estava tudo certo para assistirmos mais dois shows consecutivos em junho de 2010 em Anaheim, California, desta vez com um grupo 100% maior: Sarlof com a sua digníssima e o casal Josué "Papi" e Tina. Expectativa e, depois, frustração total ao sabermos que o show seria adiado para ainda não sabíamos quando, por causa do acidente que Bono teve nas costas. Ainda bem que ele não é humano e se recuperou rapidamente :D

Ainda assim fizemos a viagem, Los Angeles, Anaheim, Las Vegas, muitas histórias, boas risadas, alto comprismo, vários parques (Universal, Disney, California Adventure) alguns momentos de stress (num grupo grande, inevitável), saldo positivo sem dúvida. Mas faltou o recheio, nada de U2. Chegamos a fazer um tour auto-flagelativo conhecendo os detalhes do Angel Stadium, o simpaticíssimo e aconchegante estádio de basebal onde seria o show. Voltaremos aqui? Pergunta ficava no ar..

Final de novembro 2010, rumores fortes que o U2 faria um tour na américa latina. Ficamos de olho. 29/11 me associo oficialmente ao fà clube. 01/12 abrem as inscrições 9 da manhã. 9:30 4 ingressos comprados. Na mesma semana reservei hotel e compramos passagens, tudo planejado para nossa volta ao Morumbi, 4 anos depois do que seria o nosso primeiro show de uma série. Quando éramos fudidos, não tínhamos um puto além da cara de pau e da vontade impressionante de assistir os nossos maiores ídolos ao vivo. Deus é bom, estamos aqui novamente. Eu, escrevendo essas palavras no vôo webjet de retorno, numa poltrona que não reclina (no pouso a aeromoça pediu para retornarnos o encosto da poltrona para a posição vertical. Só pode ser de sacanagem!)

Chegamos ao Mercure Berrini no meio da tarde. Por enquanto apenas um casal, pois o time só ganharia reforços no dia seguinte. Antes de chegar ao hotel ambos vimos uma "portinha" escrita Pizzaria Grega. Registramos. Após algum tempo pesquisando, conversando e nos desanimando sem conseguir decidir o que fazer em nossa noite em Sampa, seguimos nosso instinto. Lugarzinho simpático, apenas 3 a 4 mesas ocupadas. Um telão passando clipes de Black Eyed Peas, Lady Gaga, Britney Spears e até Justin Bieber e uns outros gruposAmericanosQueCantamTudoIgual EQueAGenteNãoSenteAMenorCulpaEmNãoConhecer. Simpáticos garçons, ambos nordestinos. Uma senhora de Recife, já avó. Um educado jovem do interior da Bahia, já bem treinado para prestar o bom serviço que encontramos em Sampa (em nossa querida Bahia, só com muita sorte).

A pizza, dos Deuses Gregos. Massa fininha (não leva fermento, nem leite, nem ovos), altamente crocante, recheios de qualidade. A cerveja, Serra Malte, deliciosa. Já íamos embora quando sobe ao mini-palco aquela que depois saberíamos ser a dona. Liga o Karaokê dizendo que em restaurante grego não pode faltar. Resumindo: Saímos de lá 3 e pouca da manhã, cantamos de tudo (do clássico Sabão Crá Crá, dos saudosos Mamonas, até Dancing Queen, a música de encerramento com todos juntos, inclusive "A Grega" - a bela e simpatica proprietária que já era nossa amiga íntima). Nos enturmamos com 3 rapazes da mesa da frente, um deles baiano (ô praga! rsrsrs). Depois nos juntamos com uma galera muito massa de Manaus, um deles músico que morou na espanha. Todos iriam para o show. Na saída até esquecia carteira, devidamente resgatada no dia seguinte. Tudo estava especial, a pizza, a noite, a cantoria e eu*.

*nota: Especial é uma forma carinhosa de dizer "chapado" que aprendi com o amigo Nicola Nick Stronda.

Pra variar, como sempre acontece com a gente, os momentos e os lugares mais despretenciosos se tornam as mais divertidas e memoráveis experiências. O dia seguinte prometia, muito.

-- x --

Zumbi's Day. É assim que nos referimos aos dias que sucedem uma Epopéia Etílica de tamanha grandeza. Água, Engov, cama, comida, não necessariamente nessa ordem, para nos recuperamos. Não saímos do Mercure (maravilhoso, por sinal) até a hora de ir para o show (bem, eu dei um pulinho na farmácia ao lado, para comprar o santo remédio, o Engov). 16:30 nos juntávamos a Bob Sarlof e Sheila para o desafio de conseguir um taxi para ir. Não imaginámos que pior ainda seria na volta. Enfim, fomos de van, a R$20 cada. O acesso foi super tranquilo, para nosso espanto. No estádio tudo muito mais sinalizado e organizado do que em 2006. A produção em geral está de parabéns, desde a logistica de compra/retirada dos ingressos ao estádio. Infelizmente um ponto negativíssimo que descobriríamos mais tarde: Apenas 4 banheiros quimicos para servir toda a Cadeira Inferior B. Homens e mulheres misturados, filas e gente reclamando. Tomara que corrijam para os shows de domingo e 4a, pois é um absurdo sem tamanho). Na portão 17 encontramos Claudão e Vanuska. Já na arquibancada, eEncontrei Lobinho e Luciana, colegas do Serpro que acompanharam aqui no blog nossa U2 EUA TRIP e ali realizariam seu sonho de assistir um primeiro (de muitos, espero) show ao vivo. Eles preferiram ficar sentados mais acima, por precaução em caso de chuva. Cadeira inferior B, visão privilegiada, nos acomodamos. O palco da turnê 360 é um espetáculo à parte. Ve-lo novamente, pela quarta vez em 2 anos, sozinho, imponente, aguardando sua hora de entrar em ação é uma emoção única. Vai ser difícil supera-lo.


Algumas rodadas de Heinekem a R$6, 20h a Muse faria seu show de abertura. Belas músicas, a melhor delas é iniciada no piano. Nessa hora choveu um pouco e as capinhas de chuva (vendidas fora do estádio a R$5) entraram em ação. Aliás, quero falar sobre isso. Muito antes de termos sinais de chuva, já tinha uma porrada de gente usando a famigerada capinha. Parecia que estavam torcendo para chover, só para poderem justificar o dinheiro pago. Pensei e comentei: Mas que tara é essa que esse povo tem por esse trocinho plástico? Na hora que cairam os primeiros pingos eles devem ter ficado na maior felicidade. Eu, pra variar, arrisquei. Tomei uns pinguinhos na cabeça, mas e daí? Não sou feito de algodão doce! (A chuvinha só caiu no show da Muse. Até São Pedro deve curtir o U2 então ele segurou a onda até a hora da dispersão do publico).



No telão do centro do palco, o reloginho girava contando do seu jeito o tempo para começar o show. Aí, a 1a surpesa: "Não posso ficar, nem mais um minuto sem você, sinto muito amor, mas não pode ser, moro em Jassanã, se eu perder esse trem que sai agora às 11 horas, só amanhã de manhã" e por aí vai. O Morumbi fez coro em peso, aguardando a entrada dos 4 músicos mais poderosos do planeta. O show foi fantásico, como sempre. Alguns momentos de destaque e mais à frente algumas observações de quem agora já tem parâmetros de comparação.

Pride acho que foi a 4a música, eu não esperava ela tão cedo. As lágrimas vieram aos olhos mas não cairam, ainda. Stuck in a Moment, emocionante, só com The Edge ao violão. Lembrei-me de show de nova iorque, quando estávamos na pista e naquela hora caia uma chuvinha fina. Miss Sarajevo, a melhor alteração do set list com relação aos shows que vimos nos EUA. Além de ser uma música linda, Bono soltou o vozeirão como a homeagear Pavarotti. Em Walk On Bono transmitiu os agradecimentos de Aung San Sun Kyi aos fãs do U2 pelos 10 anos de campanha anos pela sua liberdade. Where The Streets Have No Name eu nem preciso falar, arrepia até os cabelos da sobrancelha, pra evitar dizer outra coisa. With or Without You, idem. Momento Bob. Em Moment Of Surrender uma lindíssima homenagem à crianças mortas no atentado de dias atrás no Rio de Janeiro. O nome de todas elas passou no telão. Pensei nos meus filhos e na dor dessa famílias. Aí sim as lágrimas caíram de verdade. Acabava ali o nosso 5o show, numa época difícil e - ao mesmo tempo - muito rica que estamos vivendo. Uma benção poder dar um Parênteses desses ao som, luz, cores e imagens do U2.

Voltar era um grande desafio. Andamos pra c*****o sem condição nem perspectiva de conseguir um taxi. Nossos planos de terminar a noite na Pizzaria Grega (sim, combinamos com Helena - a dona - de ir pra lá) iam pro espaço. Duas horas depois do término do show, exaustos, paramos numa loja de conveniencia para comer um sanduíche safado e esquentado por 2x no microondas que não dava vencimento. Até que conseguimos um ônibus escolar de um cara de boa alma que estava ali abastecendo o veiculo e já tinha encerrado o expediente. R$100 para 6 pessoas estava ótimo naquela altura. Fechamos negócio e conseguimos chegar no hotel. Antes de dormir twittei que é mais dificil conseguir taxi na volta do show do que o ingresso para o proprio show. Ufa.

Voltando ao show, nossas observações - salientando que qualquer coisa que o U2 faça mais ou menos ainda assim é MUITO, MUITO boa: a) Começou morno; b) Teve altos e baixos; c) O setlist dos 3 shows nos EUA tinha sido melhor (faltou Utraviolet!); d) Bono estava mais "plantado", "sereno", sem aquela correria toda que já assistimos em video e também ao vivo. Chegamos a conclusão de que pode ter sido em função do problema dele nas costas. Um setlist mais equilibrado, que não exija tanto dele (num exemplo hipotético, imagine-se cantando uma sequencia de Beautiful Day, City of Blinding Lights, Vertigo e Elevation. Deve cansar pra caramba, né?). Bem, Bono, seja ou não por isso, vocês tem todo o direito de tocar o que quiserem, nas sequencia que quiserem. Com discografia imensa e repleta de sucessos estrondoso, sempre vai ter diamantes de fora. São os melhores do mundo. Esta turnê é a de maior bilheteria de toda a história. Ponto final.

Nosso domingo foi relax, o vôo era só 18:45. Antes de ir ao Morumbi Shopping passamos (em 4, pois Claudio e Vanus tinham vôo mais cedo) na Pizzaria Grega e, para nossa surpesa, encontramos Helena por lá. Havia fechado 3:30 da manhã, disse que há tempo não faz tanta pizza e até tão tarde. Foi legal podermos nos despedir. Acho que ainda vamos falar dela, porque agora vai começar a gravar esses programas tipo Ana Maria Braga. Desejamos que tenha muito sucesso! No shopping tivemos uma refeição deliciosa e merecida numa cantina italiana. Pedimos 2 Erdinger em comemoração a tudo. O garçom veio com tacinha normal, eu falei: "Ei, não temos direito àquele copão"? Nele, a cerveja tem outro sabor. Volta pela livraria, presentinhos para os meninos (estamos com saudades dos nossos principes), ida tranquila para Guarulhos (tranquila por que combinamos antes com o taxista. Senão, estavamos fritos, pois logo se formou um fila que chegou a umas 30 pessoas esperando taxi.

No aero ainda deu tempo para chopps Heineken (os homens) e Capuccino (as mulheres) e mais conversa fora. Felizes, cansados e prontos para mais uma empreitada em junho. Desta vez vamos viajar com Andrei e Bruninho, pacote completo para Anaheim e San Diego com direito a Parque da Lego, Sea World, Zoologico, Disney e no finalzinho mais um (quem sabe dois...) show do U2. Só pra variar.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Senha 147

Madrugada
No buzu das quatro hora
Do meu lado uma senhora
Ô muié pra conversar

Num sei de onde
Arranjava tanto assunto
Doente, acidente, defunto
E eu tentando cochilar

Chegou meu ponto
Uma fome arretada
Foi um quibe, duas empada
Um copo de guaraná

Lá no cartório
Uma confusão dos diabo
E um segurança bombado
Tentando organizar

Peguei a senha
O maldito papelzinho
Senha 147, tadinho
Pensava a véia ao me entregar

Foi manhã toda
Eu suado, cansado e tonto
Minha vez, tô mais que pronto
Vem a figura de lá...

Eu sinto muito
Acabou atendimento
Está na hora do almoço
À tarde nós vamo fechar

Meu camarada
Pense num cara invocado
Por pouco não dei um sopapo
Pros dente dela tudo entrar

Quem me acalmou
Foi uma morena formosa
Chegou toda carinhosa
Comecei logo a pensar

Mas eu só volto
Outra vez nesse cartório
Pros papéis do meu casório
Se essa morena aceitar

domingo, 27 de março de 2011

Meu blog é Creative Commons!

Pronto, finalmente fiz algo que já queria há bastante tempo. Tudo o que está aqui neste blog é regido sob uma licença Creative Commons.

Olha lá em baixo, no rodapé.

Licença Creative Commons

É só clicar no link da licença para saber exatamente o que você pode e não pode fazer com os textos/poesias que publico aqui.

Quer saber como eu fiz? Fácil, só seguir as instruções do post Licenciando seu blog com o Creative Commons.

E se você ainda não sabe nada do assunto, dá uma olhadinha neste excelente video.


segunda-feira, 21 de março de 2011

Tiara e Barba

Cantava triste, caminhava descontente
Seu lirismo inconsequente
Cansado de copiar

Foi encontrar em lugar mais inusitado
Um Keith Richards surtado
Num repente de criar

Primeiro ensaio, espirrava enjuriado
Não tenho alergia a gato
Ainda insiste relutar

Rolou magia em suas cordas de viola
Punk lover de cartola
Flor de bandeira astear

Seu caderninho já transbordando talento
Este é nosso sentimento
Amigo vento, nos traz as folhas de lá?

Virou criança, encontrou felicidade
Estou lhe dizendo, o compadre
Já não brinca em quarto só

Você não viu? Passou virado, direto
Wilson Carlos de Mello Neto
Pedalando Velotroll

quarta-feira, 16 de março de 2011

Canção do Rei

Eu queria então segurar sua mão novamente
E cantar pra você
Uma bela canção que só fale de amor
E que seja do Rei

Te observo balançar os teus pés com os olhos fechados
A tentar flutuar
Desligando as chaves do mundo sorrindo
Pro tempo parar

Bem no meio da noite escutar sua voz de repente
A me acalentar
O teu verbo ferino e terno é dificil
Ouvir se calar

No espelho eu me olho e te vejo bem nitidamente
Ainda sinto teu calor
Enlouqueço com tanto barulho, o silencio do escuro
É ensurdecedor

Amanhã de manhã eu talvez já não possa pedir
Um café pra nós dois
É por essas e outras que em tantos detalhes
O carinho não pode ficar pra depois

sexta-feira, 4 de março de 2011

Castanhos Escuros

Ô pai
Foi sem querer
Desculpa desapontar
Mais essa vez você

Ô filho
Já cansei de te dizer
A vida passa depressa
Um dia vai ter quer crescer

Ô mãe
Não gosto de te ver chorar
Te fiz um desenho bonito
Espero que aceite e possa perdoar

Quando será que a criança rebelde
Vai deixar brotar a doçura dos olhos
Castanhos escuros que então lacrimejam
Pedindo carinho e mais atenção?

Ô pai
Só quero ser igualzinho a você

Ô mãe
Me deixa deitar em teu colo
E adormecer

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Reto Circular

Fui direto, cego, branco e tonto
Tateando em pleno pranto
Ando sempre procurando o que não sei se sei
Encontrar

Onde dará esse meu caminhar?

Vagando debaixo dessa chuva
Me perdendo em mim mesmo e sonhando
A cada esquina em teu braço
Esbarrar

Em que ponto do espaço pretendo chegar?

Linhas tortas dos meus desenganos
Nesse mundo se passaram tantos anos
Vou seguindo mesmo assim
Reto circular

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A Lei das Expectativas Frustradas

Desde que era adolescente
Tenho a teoria emergente
Que vai acabar o tormento:
De onde vem os atritos
Qual a causa raiz dos conflitos
De todo relacionamento?

Como nem tudo é perfeito
Paixão que abafa defeito
Cedo ou tarde vira pranto
Pois o parceiro, pobrezinho
Não lê pensamento vizinho
Assim é quebrado e encanto

O outro fica emburrado
Briga, xinga, faz barraco
Fala mais do que devia
E o companheiro, coitado
Só frustou, desavisado
Aquilo que nem sabia

Desejo que vai, projetado
Fora jamais avisado
Aí a coisa complica:
Não é feito o esperado
Sumariamente é condenado
Contra-argumentar só dá briga

Esse simples fundamento
Se não compreende, lamento
É plena a certeza na crença
A mãe de qualquer desavença
Apenas quatro palavras:
Lei das Expectativas Frustradas

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Tipo Assim Nada a Ver

Hoje eu acordei
Pensando em escrever
Uma canção que fosse
Tipo assim sem nada a ver

Talvez uma demolição de um prédio ou
Um vagão ali abandonado na estação
Um gato solitário no jardim, um som ruim
Um frasco quebrado no chão

Quem sabe um galho, um talho,
Um leito, um trato desfeito
Um prato, um sapato, um avião

Um verso bem chinfrim, sem nexo
Um filho, um fato, um pai perplexo
Um parto, um prego, um ponto, um furacão

Pois é, passei pensando o dia todo em vão
Frustrado desistindo, saiu nada não
Cabei, papel em branco, caneta na mão

Então dormir, sonhar
Entrar num mar sem fim
Sem conseguir enfim fazer
Uma canção que seja tipo assim
Meio sem nada a ver

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

MilagReza

Milagre vem esperado
Reza santo reza ateu
Pede muito pede alto
Agradece e nem recebeu

Ajoelha pede benção
De olhos fechados breu
Pensamentos lhe atormentam
Pesado parece fardo seu

Vem do alto iluminado
Conforto no coração deu
Enfrenta resignado
Mazelas que já esqueceu

Sol acorda já brilhado
De paz vida se encheu
No espelho daquele quarto
Vê o rosto do bom Deus