domingo, 29 de junho de 2008

AAAA - Associação dos Aplaudidores de Artistas Anônimos

Desde minha adolescência tenho uma certa compaixão por cantores/artistas que se apresentam para um público que não está nem aí para eles. Cantando em churrascarias, restaurantes, praças de alimentação de shopping, enfim, em locais onde eles não são nem de longe a atração principal. São "música ambiente", quase invisíveis. Se esforçam tanto (e às vezes são até muito bons!) para ganhar quando muito meia dúzia de aplausos de vez em quando. E ainda tem que aguentar aqueles bêbados chatos pedindo 200 vezes a mesma música.... Que vida difícil.

Com frequencia sinto vontade sincera de aplaudir, não por caridade, mas sim como um reconhecimento pelo esforço e talento deles. Mas nem sempre faço, por que é meio constrangedor bater palma sozinho (lembrei de um colega que fez isso - assim me contaram - num pequeníssimo intervalo de uma obra de Villa-Lobos. Olharam para ele com uma cara...) mesmo sabendo que palmas são iguais a bocejo. Um puxa outro. E a gente percebe nas expressões faciais dos artistas o quanto um aplauso faz bem para eles...

Mas resolvi escrever esse post porque sou obrigado a ouvir quase toda noite pseudo-artistas cantando num Karaokê que fica perto do meu prédio. Agora mesmo tem uma "Celine Dion" cantando a música de Titanic (vê como sofro?!). Minino, ..., é cada coisa... O pior é que tenho a impressão que sempre são as mesmas pessoas, e cantando as mesmas músicas, com a mesma desafinação. Tem um que canta sempre "É Isso Aí" aquela adaptação música de Damien Rice, na voz de Ana Carolina e Seu Jorge (eu até gostava da música, mas tô tomando ginge). Eles estão passando do limite!

Para esses, aqui pra nós, nem pagando ($) os aplaudidores oficiais da AAAA conseguiriam bater palmas...

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