domingo, 24 de abril de 2011

Auto-plágio

Foi sem notar
Eu não sabia que eu tinha
Essa tendência incontrolável
De querer me copiar

Me enganando totalmente
Estava achando que seria
Extremamente original

Mas me peguei me repetindo
Totalmente muitas vezes
Era nada casual

Não sei se é ego estufado
Narcisismo exacerbado
Ou um receio infundado
De deixar de ser igual

Os mesmos versos, mesmas notas
Mesmas danças, mesmas prosas
Mesmos medos, mesmos erros
Descobriram meu segredo
Sou um plágio de mim mesmo
Mas meu bem não foi por mal

terça-feira, 19 de abril de 2011

Rato Digital

Fogão de lenha, esse mineiro
Vive a desenhar
Foi no planalto, clima seco
Encontrar seu mar

Se sente torto, desconexo
Em seu paletó
É nas dez cordas da sua viola
Que não se sente só

Em tantas formas, belos traços
Chama atenção
Seu alimento branco e pardo
Falta emoção

Queijo amarelo, pouco molho
Nada especial
Antonialli, vinho nobre
Rato digital

Pequeno punk, faceiro Caio
Pra lhe transformar
Em sua vida, novas cores
Veio espalhar

E nessa moda caipira
Moço aprendiz
Correndo risco, o amigo rato
Agora é mais feliz

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Imaginação

por Serge Rehem e Andrei Rehem

Na minha imaginação
O mundo é bom de se viver
É só fechar os olhos e pensar
Que tudo pode acontecer

Um super-heroi valente
Vai o crime combater
Com seu poder incrivelmente forte
Põe os monstros pra correr

Um duende trapaceiro
Uma bruxa muito má
Mas num cavalo bem ligeiro
Tem um rei a imperar

E com asas flamejantes
Lá no ceu eu vou voar
Atravessar o infinito
Num planeta aterrisar

Há sempre uma princesa bela
E presa num castelo a esperar
Onde um dragão faminto e brabo
Solta fogo pelo ar

Chega o principe encantado
Corajoso e veloz
Beijando a linda princesa
Quando enfim ficam a sós

O meu mundo é tão perfeito
Aventura e emoção
Vou voltar a ser criança
Na minha imaginação

domingo, 10 de abril de 2011

U2 Sampa Trip Brazil 2011



02 de outubro de 2009, Charlotesville, Virginia. O terceiro e último show da incrível U2 trip. Na boca um gosto insaciável de quero mais. Tudo devidamente registrado e blogado aqui. Estava tudo certo para assistirmos mais dois shows consecutivos em junho de 2010 em Anaheim, California, desta vez com um grupo 100% maior: Sarlof com a sua digníssima e o casal Josué "Papi" e Tina. Expectativa e, depois, frustração total ao sabermos que o show seria adiado para ainda não sabíamos quando, por causa do acidente que Bono teve nas costas. Ainda bem que ele não é humano e se recuperou rapidamente :D

Ainda assim fizemos a viagem, Los Angeles, Anaheim, Las Vegas, muitas histórias, boas risadas, alto comprismo, vários parques (Universal, Disney, California Adventure) alguns momentos de stress (num grupo grande, inevitável), saldo positivo sem dúvida. Mas faltou o recheio, nada de U2. Chegamos a fazer um tour auto-flagelativo conhecendo os detalhes do Angel Stadium, o simpaticíssimo e aconchegante estádio de basebal onde seria o show. Voltaremos aqui? Pergunta ficava no ar..

Final de novembro 2010, rumores fortes que o U2 faria um tour na américa latina. Ficamos de olho. 29/11 me associo oficialmente ao fà clube. 01/12 abrem as inscrições 9 da manhã. 9:30 4 ingressos comprados. Na mesma semana reservei hotel e compramos passagens, tudo planejado para nossa volta ao Morumbi, 4 anos depois do que seria o nosso primeiro show de uma série. Quando éramos fudidos, não tínhamos um puto além da cara de pau e da vontade impressionante de assistir os nossos maiores ídolos ao vivo. Deus é bom, estamos aqui novamente. Eu, escrevendo essas palavras no vôo webjet de retorno, numa poltrona que não reclina (no pouso a aeromoça pediu para retornarnos o encosto da poltrona para a posição vertical. Só pode ser de sacanagem!)

Chegamos ao Mercure Berrini no meio da tarde. Por enquanto apenas um casal, pois o time só ganharia reforços no dia seguinte. Antes de chegar ao hotel ambos vimos uma "portinha" escrita Pizzaria Grega. Registramos. Após algum tempo pesquisando, conversando e nos desanimando sem conseguir decidir o que fazer em nossa noite em Sampa, seguimos nosso instinto. Lugarzinho simpático, apenas 3 a 4 mesas ocupadas. Um telão passando clipes de Black Eyed Peas, Lady Gaga, Britney Spears e até Justin Bieber e uns outros gruposAmericanosQueCantamTudoIgual EQueAGenteNãoSenteAMenorCulpaEmNãoConhecer. Simpáticos garçons, ambos nordestinos. Uma senhora de Recife, já avó. Um educado jovem do interior da Bahia, já bem treinado para prestar o bom serviço que encontramos em Sampa (em nossa querida Bahia, só com muita sorte).

A pizza, dos Deuses Gregos. Massa fininha (não leva fermento, nem leite, nem ovos), altamente crocante, recheios de qualidade. A cerveja, Serra Malte, deliciosa. Já íamos embora quando sobe ao mini-palco aquela que depois saberíamos ser a dona. Liga o Karaokê dizendo que em restaurante grego não pode faltar. Resumindo: Saímos de lá 3 e pouca da manhã, cantamos de tudo (do clássico Sabão Crá Crá, dos saudosos Mamonas, até Dancing Queen, a música de encerramento com todos juntos, inclusive "A Grega" - a bela e simpatica proprietária que já era nossa amiga íntima). Nos enturmamos com 3 rapazes da mesa da frente, um deles baiano (ô praga! rsrsrs). Depois nos juntamos com uma galera muito massa de Manaus, um deles músico que morou na espanha. Todos iriam para o show. Na saída até esquecia carteira, devidamente resgatada no dia seguinte. Tudo estava especial, a pizza, a noite, a cantoria e eu*.

*nota: Especial é uma forma carinhosa de dizer "chapado" que aprendi com o amigo Nicola Nick Stronda.

Pra variar, como sempre acontece com a gente, os momentos e os lugares mais despretenciosos se tornam as mais divertidas e memoráveis experiências. O dia seguinte prometia, muito.

-- x --

Zumbi's Day. É assim que nos referimos aos dias que sucedem uma Epopéia Etílica de tamanha grandeza. Água, Engov, cama, comida, não necessariamente nessa ordem, para nos recuperamos. Não saímos do Mercure (maravilhoso, por sinal) até a hora de ir para o show (bem, eu dei um pulinho na farmácia ao lado, para comprar o santo remédio, o Engov). 16:30 nos juntávamos a Bob Sarlof e Sheila para o desafio de conseguir um taxi para ir. Não imaginámos que pior ainda seria na volta. Enfim, fomos de van, a R$20 cada. O acesso foi super tranquilo, para nosso espanto. No estádio tudo muito mais sinalizado e organizado do que em 2006. A produção em geral está de parabéns, desde a logistica de compra/retirada dos ingressos ao estádio. Infelizmente um ponto negativíssimo que descobriríamos mais tarde: Apenas 4 banheiros quimicos para servir toda a Cadeira Inferior B. Homens e mulheres misturados, filas e gente reclamando. Tomara que corrijam para os shows de domingo e 4a, pois é um absurdo sem tamanho). Na portão 17 encontramos Claudão e Vanuska. Já na arquibancada, eEncontrei Lobinho e Luciana, colegas do Serpro que acompanharam aqui no blog nossa U2 EUA TRIP e ali realizariam seu sonho de assistir um primeiro (de muitos, espero) show ao vivo. Eles preferiram ficar sentados mais acima, por precaução em caso de chuva. Cadeira inferior B, visão privilegiada, nos acomodamos. O palco da turnê 360 é um espetáculo à parte. Ve-lo novamente, pela quarta vez em 2 anos, sozinho, imponente, aguardando sua hora de entrar em ação é uma emoção única. Vai ser difícil supera-lo.


Algumas rodadas de Heinekem a R$6, 20h a Muse faria seu show de abertura. Belas músicas, a melhor delas é iniciada no piano. Nessa hora choveu um pouco e as capinhas de chuva (vendidas fora do estádio a R$5) entraram em ação. Aliás, quero falar sobre isso. Muito antes de termos sinais de chuva, já tinha uma porrada de gente usando a famigerada capinha. Parecia que estavam torcendo para chover, só para poderem justificar o dinheiro pago. Pensei e comentei: Mas que tara é essa que esse povo tem por esse trocinho plástico? Na hora que cairam os primeiros pingos eles devem ter ficado na maior felicidade. Eu, pra variar, arrisquei. Tomei uns pinguinhos na cabeça, mas e daí? Não sou feito de algodão doce! (A chuvinha só caiu no show da Muse. Até São Pedro deve curtir o U2 então ele segurou a onda até a hora da dispersão do publico).



No telão do centro do palco, o reloginho girava contando do seu jeito o tempo para começar o show. Aí, a 1a surpesa: "Não posso ficar, nem mais um minuto sem você, sinto muito amor, mas não pode ser, moro em Jassanã, se eu perder esse trem que sai agora às 11 horas, só amanhã de manhã" e por aí vai. O Morumbi fez coro em peso, aguardando a entrada dos 4 músicos mais poderosos do planeta. O show foi fantásico, como sempre. Alguns momentos de destaque e mais à frente algumas observações de quem agora já tem parâmetros de comparação.

Pride acho que foi a 4a música, eu não esperava ela tão cedo. As lágrimas vieram aos olhos mas não cairam, ainda. Stuck in a Moment, emocionante, só com The Edge ao violão. Lembrei-me de show de nova iorque, quando estávamos na pista e naquela hora caia uma chuvinha fina. Miss Sarajevo, a melhor alteração do set list com relação aos shows que vimos nos EUA. Além de ser uma música linda, Bono soltou o vozeirão como a homeagear Pavarotti. Em Walk On Bono transmitiu os agradecimentos de Aung San Sun Kyi aos fãs do U2 pelos 10 anos de campanha anos pela sua liberdade. Where The Streets Have No Name eu nem preciso falar, arrepia até os cabelos da sobrancelha, pra evitar dizer outra coisa. With or Without You, idem. Momento Bob. Em Moment Of Surrender uma lindíssima homenagem à crianças mortas no atentado de dias atrás no Rio de Janeiro. O nome de todas elas passou no telão. Pensei nos meus filhos e na dor dessa famílias. Aí sim as lágrimas caíram de verdade. Acabava ali o nosso 5o show, numa época difícil e - ao mesmo tempo - muito rica que estamos vivendo. Uma benção poder dar um Parênteses desses ao som, luz, cores e imagens do U2.

Voltar era um grande desafio. Andamos pra c*****o sem condição nem perspectiva de conseguir um taxi. Nossos planos de terminar a noite na Pizzaria Grega (sim, combinamos com Helena - a dona - de ir pra lá) iam pro espaço. Duas horas depois do término do show, exaustos, paramos numa loja de conveniencia para comer um sanduíche safado e esquentado por 2x no microondas que não dava vencimento. Até que conseguimos um ônibus escolar de um cara de boa alma que estava ali abastecendo o veiculo e já tinha encerrado o expediente. R$100 para 6 pessoas estava ótimo naquela altura. Fechamos negócio e conseguimos chegar no hotel. Antes de dormir twittei que é mais dificil conseguir taxi na volta do show do que o ingresso para o proprio show. Ufa.

Voltando ao show, nossas observações - salientando que qualquer coisa que o U2 faça mais ou menos ainda assim é MUITO, MUITO boa: a) Começou morno; b) Teve altos e baixos; c) O setlist dos 3 shows nos EUA tinha sido melhor (faltou Utraviolet!); d) Bono estava mais "plantado", "sereno", sem aquela correria toda que já assistimos em video e também ao vivo. Chegamos a conclusão de que pode ter sido em função do problema dele nas costas. Um setlist mais equilibrado, que não exija tanto dele (num exemplo hipotético, imagine-se cantando uma sequencia de Beautiful Day, City of Blinding Lights, Vertigo e Elevation. Deve cansar pra caramba, né?). Bem, Bono, seja ou não por isso, vocês tem todo o direito de tocar o que quiserem, nas sequencia que quiserem. Com discografia imensa e repleta de sucessos estrondoso, sempre vai ter diamantes de fora. São os melhores do mundo. Esta turnê é a de maior bilheteria de toda a história. Ponto final.

Nosso domingo foi relax, o vôo era só 18:45. Antes de ir ao Morumbi Shopping passamos (em 4, pois Claudio e Vanus tinham vôo mais cedo) na Pizzaria Grega e, para nossa surpesa, encontramos Helena por lá. Havia fechado 3:30 da manhã, disse que há tempo não faz tanta pizza e até tão tarde. Foi legal podermos nos despedir. Acho que ainda vamos falar dela, porque agora vai começar a gravar esses programas tipo Ana Maria Braga. Desejamos que tenha muito sucesso! No shopping tivemos uma refeição deliciosa e merecida numa cantina italiana. Pedimos 2 Erdinger em comemoração a tudo. O garçom veio com tacinha normal, eu falei: "Ei, não temos direito àquele copão"? Nele, a cerveja tem outro sabor. Volta pela livraria, presentinhos para os meninos (estamos com saudades dos nossos principes), ida tranquila para Guarulhos (tranquila por que combinamos antes com o taxista. Senão, estavamos fritos, pois logo se formou um fila que chegou a umas 30 pessoas esperando taxi.

No aero ainda deu tempo para chopps Heineken (os homens) e Capuccino (as mulheres) e mais conversa fora. Felizes, cansados e prontos para mais uma empreitada em junho. Desta vez vamos viajar com Andrei e Bruninho, pacote completo para Anaheim e San Diego com direito a Parque da Lego, Sea World, Zoologico, Disney e no finalzinho mais um (quem sabe dois...) show do U2. Só pra variar.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Senha 147

Madrugada
No buzu das quatro hora
Do meu lado uma senhora
Ô muié pra conversar

Num sei de onde
Arranjava tanto assunto
Doente, acidente, defunto
E eu tentando cochilar

Chegou meu ponto
Uma fome arretada
Foi um quibe, duas empada
Um copo de guaraná

Lá no cartório
Uma confusão dos diabo
E um segurança bombado
Tentando organizar

Peguei a senha
O maldito papelzinho
Senha 147, tadinho
Pensava a véia ao me entregar

Foi manhã toda
Eu suado, cansado e tonto
Minha vez, tô mais que pronto
Vem a figura de lá...

Eu sinto muito
Acabou atendimento
Está na hora do almoço
À tarde nós vamo fechar

Meu camarada
Pense num cara invocado
Por pouco não dei um sopapo
Pros dente dela tudo entrar

Quem me acalmou
Foi uma morena formosa
Chegou toda carinhosa
Comecei logo a pensar

Mas eu só volto
Outra vez nesse cartório
Pros papéis do meu casório
Se essa morena aceitar