domingo, 6 de fevereiro de 2011

Tipo Assim Nada a Ver

Hoje eu acordei
Pensando em escrever
Uma canção que fosse
Tipo assim sem nada a ver

Talvez uma demolição de um prédio ou
Um vagão ali abandonado na estação
Um gato solitário no jardim, um som ruim
Um frasco quebrado no chão

Quem sabe um galho, um talho,
Um leito, um trato desfeito
Um prato, um sapato, um avião

Um verso bem chinfrim, sem nexo
Um filho, um fato, um pai perplexo
Um parto, um prego, um ponto, um furacão

Pois é, passei pensando o dia todo em vão
Frustrado desistindo, saiu nada não
Cabei, papel em branco, caneta na mão

Então dormir, sonhar
Entrar num mar sem fim
Sem conseguir enfim fazer
Uma canção que seja tipo assim
Meio sem nada a ver

Nenhum comentário: