terça-feira, 13 de outubro de 2009

U2 EUA TRIP - O SHOW em Charlottesville - a 3a visão - parte 2



Por volta das 17h o acesso ao Scott Stadium estava bem tranquilo, até chegar a uns 500m (segundo "nossa" GPS) antes do estádio, quando começávamos a ver carros estacionando e alguns flanelinhas (sim, eles também tem isso) apontando opções. Observei um adolescente com um papelão escrito "Parking $20" e uma seta a direita. Resolvemos arriscar (eu ja sabia que essa brincadeira não sairia por menos de 20 doleta) e segui a seta, subindo uma ladeirinha. Na frente de uma casa, outro jovem sentado tranquilamente com seu Macintosh aguardava novos clientes (impossível imaginar uma cena dessa no Brasil, né?). Paramos na frente da garagem. Conversei um pouco com o rapaz, que aproveitava o show do U2 para fazer uma graninha. Na área disponível daria para parar uns 6, 7 carros. US$140 dariam para fazer uma boa farra.

O estádio era como imaginávamos. Pequeno, um entorno tranquilo. Engraçado é que o nele tem uma abertura,, de onde dava para ver o palco perfeitamente. Num gramado em frente, algumas pessoas já se acomodavam para assitir a melhor banda do mundo de camarote, e de graça! Pegar o ingresssos no Will Call foi fácil e rápido. Vender o ingresso excedente que tínhamos, impraticável (virou souvenir de $250, para servir de auto-flagelação à nossa amiga desistente). Comprar uma cerveja, impossível! Ainda do lado de fora, compramos nossas camisas oficiais do show em Charlottesville ($40 cada, preço padrão) e resolvemos entrar.

Nossa localização era muito privilegiada, para ficar perfeita podia ser um pouquinho mais para a esquerda (pegaria uma visão mais de frente), mas não tínhamos do que reclamar. Sentamos na seção 122, fileira J, cadeiras 1 a 3. As pessoas iam chegando, muitas com comida (Domino's Pizza, Hamburger, Hot Dog, Fritas, só tranqueira) e refrigerante. O cheiro e a fumaça das frituras se espalhava pelo estádio. De vez em quando até nos confundíamos com os efeitos de gelo seco do show, hehehe. No alcool inside Stadium. Putz! Teríamos que assistir ao show totalmente "de cara". Fazia um friozinho, todos de casaco e Sarlof, o presepeiro, de cachecol e luvas. Ô viadagem!

Finalmente conseguimos assitir ao show inteiro da Muse. Foram só 45 minutos, mas que agradaram bastante. Percebemos que o público local, formado em boa parte por estudantes da Universidade da Virgínia, curtia bastante a banda e conhecia as músicas. O baterista da banda se parece muito com o Salsisha do Scooby Doo. O vocalista lembra o do Radio Head, da mesma forma que o estilo musical. (Bob já baixou e me passou as músicas da banda, mas ainda não escutei...). Perto das 21 horas o estádio já estava bem bais cheio e o palco se preparava para receber os 4 U2 guys.

Expectativa, uma bela lua cheia, as luzes do estádio se apagam e pela 3a e última vez nessa turnê ouvíamos a musiquinha que precede o show e o relógio girando no telão. Nem começava e já dava saudade! Pudemos vê-os entrar pelo fundo do palco, a platéia em delírio. Eles estavam especialmente animados, muito à vontade. O show começava com Breathe, mas pouco depois perceberíamos uma mudanca legal na ordem das canções, comparando com os 2 concertos anteriores. Na hora de se apresentarem, Bono falou como se eles fossem colegas de Faculdade, Adam era o amigo das Cheers Leaders, The Edge era o Nerd que havia sido salvo pela música, Larry era o líder do grupo e Bono era o relações públicas, um Gentleman. Visivelmente ele, e nós todos é claro, estavam se divertindo muito. Tocar numa cidade universitária tem seu encanto. O publico permaneceu em pé e vibrando o show inteiro. Dos 2 show, aquela era a melhor audiência sem a menor dúvida.

Tiramos muitas fotos e fizemos ótimas filmagens. Destaque mais uma vez para "I'll go Crazy" em remix, quando filmei Bob e Larissa e me controlei para não pular muito e tremer demais a câmera. Em "Where The Streets Have No Name" Larissa assumiu a direção enquanto eu e Sarlof fazíamos a maior algazarra segurando a camisa do Brasil. Destaque impagável para uma mulher que aparece atrás de mim com um cara-nada-feliz-de-poucos-amigos, torcendo o nariz para nossa atitude-latino-americana-exagerada. Ah, muité, vai se f! Tá num show de Rock é para isso. Se não tá gostando vai assistir uma ópera no teatro! Não estávamos nem aí para ela nem pra p. nenhuma! Era nosso 3o show, curtiríamos cada minuto, isso é que importava. Sarlof Babenco gravou With Or Without You, a música que o deixa reflexivo e emocionado. Dá até para ouvir ele cantando o coro "super afinado". Ah, tomei emprestada de Larissa a música Walk On e tive nela o meu Tears Moment. Na homenagem a Aung San Suu Kyi, quando as pessoas entram usando sua máscara, vem por último e mais afastada uma mulher com uma deficiência física na perna. Me emocionei com aquele singelo exemplo de coragem e perseveranca, pensei em meus filhos, amigos, família. Fechei os olhos e agradeci a Deus por sermos todos felizes e perfeitos, dentro das nossas imperfeições. Fechei os olhos e chorei. Larissa ainda gravou o final da música e me pega de relance enxugando as lágrimas. É tão bom deixar a emoção chegar nesse nível e extravasar... a gente se sente mais leve. E isso acontecer num cenário desse tipo é uma dádiva.

Enfim, o show foi todo, todo, todo sensacional. Ainda ficamos um tempo, tiramos mais fotos, encontramos duas amigas brasileiras que moram em Washington. Uma tinha dado o show à outra de presente, ê amigona! Na saída, fotografamos o palco vazio e branco, demos a última olhada e seguimos nosso rumo.

Pegamos o carro com os adolescentes animados com a grana que fizeram (e talvez com a cana que tomaram, assim suponho). Charlottesvile estava travada. Engarrafamento para todo o lado. Brincamos que os policiais tinham feito curso por correspondencia com a nossa SET (hoje Transalvador). Tomamos a direção contrária à indicada por Sarlofa. Por acaso fomos parar nos bares frequentados pelos jovens universitários, onde rolam as baladas. O máximo que conseguimos aquela altura foi parar numa loja de rango 24h (avistada por Sarlof em pleno engarrafamento, ele soltou enquanto segui e parei numa rua à frente pagando 5 doleta de estacionamento), comprar sanduíche misto frio e chocolate quente, comer dentro do carro mesmo e voltar para nossa suíte presidencial do Holiday Inn. Walk on, stay safe tonight.

A 3a visão se concretizara de maneira espetacular. Dia seguinte, a Philadelphia nos esperava.

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