terça-feira, 6 de outubro de 2009

U2 EUA TRIP - On The Road - Washington para Charllotesville

Duas horas e meia, com folga, separam Washington de Charlottesville. Entre as duas cidades, tínhamos uma parada programada no Potomac Mills, um mega-outlet com cerca de 220 lojas. Um paraíso do comprismo. Segundo Sarlof, um outlet está para o comprista assim como Meca está para o muçulmano.

Cheguei sem tomar café. E já era umas 11 horas. Peguei um milk-shake na Haagen-Dasz e fui atendido por uma carioca. Brasileiro parece ácaro, a gente acha em tudo que é canto. Ao todo passamos umas 6 horas neste mall. E foi pouco, pois tem lojas grandes que nem entramos. No meio da tarde, intervalo para almoço no Texas Grill; caímos na "tentação do palito". Uma oriental espeta umas carrninhas - gostosas rapaz… - para a gente provar. Não foi a melhor refeição da viagem, mas nos livramos mais uma vez de hambuguer. Sarlof pegou um frango bem apimentado. Se preocuparia com "a saída" só depois (alguém já sentiu aquela sensação "refrescante" de ter comido Vick-Vaporub?)…

Das marcas conhecidas (Nike, GAP, Nautica, Saks) até as lojinhas mais "suspeitas" (aquelas onde tudo custa "TLINTA E CINCO"), não faltam opções. Casaco, bolsa, ténis, camisa, jogo de video-game (Bob comprou 5 de PS2 por $52), óculos, relógio, acessórios eletrônicos, teve para todo o gosto. Impossível sair de mãos vazias.

Arrumar isso tudo no carro era um desafio. Aí vemos que as 15 doleta de propina por um carro maior e melhor valeram a pena. Na arrumação das bagagens, paguei cofrinho e desde então tenho que aguentar Bob me sacaneando dizendo que vai colocar moeda de 1 doleta em "La Cofreta". Não vou lhe mentir que foi mesmo engraçado. Como Sarlos conseguiu a façanha de organizar tudo, passou desde então a arrumador oficial de muamb.. quer dizer, malas.

No último trecho pegamos uma estrada sinuosa, já escuro. Chegamos em Charlottesville as 21h, com a ajuda de Sarlofa, a GPS de Bob. "Obrigado, viu filha? Você foi demais", disse Sarlof. A relação entre eles ficava mais intensa com o passar dos dias. Nos hospedamos no hotel Sleep Inn (usando o Tablet PiCa de Sarlof conseguimos conectar na rede wireless gratuita do outlet - coisa rara em nosso roteiro. Durante o dia trocamos e-mail com a gerente do Chalet que havíamos reservado. Deu problema com encanamento e ela teve que nos colocar em outro hotel). Um quarto bem pequeno com cheiro de cigarro e duas camas de casal beeem próximas. A cidade entupida por causa do show, não tínhamos opção (um quarto adicional sairia $99/dia). Dividiríamos o quarto por 2 noites, seria a nossa prova de fogo, uma espécie de No Limite entre quatro paredes. Chegávamos tão pregados à noite que foi mais fácil do que imaginávamos.

Na recepção descobri que em downtown, a uns 3km dali, tinham várias opções de restaurante. Tentei me animar, e aos meus companheiros de viagem, dizendo que pelo menos o jantar seria especial. A ruela central (a Main Street) era bem simpática, mas tava um deserto. A gente ia passando (isso já era umas 22:30h) e as portas se fechando. E Sarlof com seus comentários pertinentes: "É Serbe, você tinha razão. Isso aqui está bombando!". Agora entendo por que chamando de DOWNtown". Com fome e cansado, eu não sabia se ria ou estrangulava ele. Numa esquina encontramos um lugarzinho até simpático, mas com público muito suspeito (GLS, aparentemente muito mais G do que L e S). Segurei na mão de Larissa e puxei-a de lá. Bob, não sei porque razão, queria ficar ali e até hoje fala que eu fiquei com medo. Medo de que Sarlof? Eu to com minha mulher, o alvo seria você...

Até que pedimos ajuda a um funcionário de mais um restaurante que estava fechando. Ele nos indicou 2 lugares, um deles com comida mexicana "muito boa". Fomos ao Ventana. Na porta, enquanto observávamos o movimento interno, um casal (depois ficamos achando que eram os donos) nos estimulou a entrar, reforçando as boas referências que já tínhamos obtido do local. Aparentemente era bem legal mesmo. Sentamos. A decoração era muito bonita e os preços não pareciam exorbitantes.

Pedimos um vinho da região (Monticello, para ser mais exato) e um tira-gosto de 13 doleta com atum e recheio de manga e outras coisas. Parecia diferente, queríamos experimentar algo novo. A garçonete reforçou dizendo ser o preferido dela (bem… ela também recomendou escargot, deveríamos ter desconfiado de algo). Quando chegou o prato, só chegou o prato. Pintado e com uma flor no canto superior esquerdo, em cima de um montinho que com muito esforço renderia 2 garfadas. Ridículo, nem mereceu uma foto (hoje, nos arrependemos). Foi difícil ficar sério conversando com a moça enquanto Larissa (de barriga vazia, com o vinho já fazendo efeito) tinha uma crise de riso. Eu e Bob dividimos o atum (cru, ainda por cima) - o sabor era razoável.

Antes daquele prato semi-vazio a ideia era pedirmos 2 filés para compartilhar. A nossa atendente, que deve ser anoréxica, nos advertiu quanto a 3 poder ser muita comida (eu, de panaca, ainda comentei "talvez seja bom, para não irmos dormir empaturrados"). Com base no que eu acabara de ver, tentei convence-los a pedir um para cada, mas eles (bom, eu também estava no barco) caíram no conto da madame e mantiveram a ideia original. Quanto ao sabor, não temos do que reclamar. Estavam muito gostosos. Para os padrões norte-americanos os filés também tinham um tamanho razoável, mas faltava acompanhamento para dar peso (algo como uma bata grande cozida, purê, fritas ou até mesmo arroz). Ainda tentamos pedir mais um, mas a cozinha tinha fechado (a F.D.P não podia ter nos avisado antes?!). Saímos com fome, mas nos pocando de rir. No meio da rua, Larissa e Bob dançavam e cantavam em coro: "Emo, emo, emo, a gente se f%#emo", "Ida, ida, ida, eu quero minha comida!" e "Ome, ome, ome... estamos é com fome!". De uma maneira estranha e diferente do imaginado, eu tinha razão. A noite tinha sido especial.

No hotel, comi uns 3 biscoitos de amendoim, para aguentar até o dia seguinte. Peculiar, Charlottesville já deixava sua marca em nossa história.

Um comentário:

Elaynne disse...

Afff...adianta esses posts ai, quero saber como foi o final dessa trip! E nao se esqueçam da mega-produção estrelada por Sarlof!!!