segunda-feira, 28 de setembro de 2009

U2 EUA TRIP - Desbravando New York - Dia 3

Definitivamente não é fácil viajar como blogger. Fiz isso 2 vezes pelo JavaBahia cobrindo o JavaOne. A gente fica angustiado em passar as informações ainda "quentes", então o atraso torna-se um temor. Numa viagem de férias deveria ser diferente, sem muita obrigação, mas a gente curte o processo de relatar nossas experiências e aguardar os comentários dos nossos amigos e dos eventuais e ainda anônimos que nos encontram na web. O post sobre o terceiro e último dia em New York está na cabeça há algum tempo, mas começa a sair em Washington, 1 e meia da manhã, depois de pizza, algumas cervejas diferentes e um banho ao som de Who's Gonna Ride Your Wild Horses, musíca do álbum Achtung Baby lembrada pelo U2 Cover de Curitiba, que assistimos na Groove Bar antes dessa trip maluca. Vamos ver o que consigo escrever aqui.


O sábado em Manhattan foi planejado principalmente por Bob Sarlof na noite anterior, enquanto eu blogava. Desceríamos direto para ver a Estátua da Liberdade, programa que vinha furando (e devia ter continuado, você vai saber porque) sucessivamente. Depois daríamos um rolé pelo Central Park, talvez dando uma passada em alguns museus (como o Gugelheim, que as 17h tem entrada gratuita) e concluiríamos retornando a Times Square, que tinha ficado com gosto de quero mais, quem sabe até conseguindo ver algum espetáculo na Broadway ou mesmo o Blue Man da Laffayete. Pra variar, quase tudo saiu do script.

Saímos umas 11h, mais cedo do que a média da semana. Tradicional travessia da ponte via buzu (desta vez um Frescão de 2.55 doleta/cada). Pegamos direto a linha A para uma baldeação na Chambers St (de cores diferentes, as linhas não param em todas as estações, então tem que ficar ligado nas letras e números que aparecem no mapa, ao lado de cada uma delas). Escolhemos errado, pois tivemos que sair e procurar a Chambers 1-2-3. O transfer não era integrado, teríamos que pagar mais uma passagem.

Por coincidência fomos parar de novo na região do World Trade Center. Desta vez vimos coisas que não haviam sido notadas, como a simpática igrejinha St Paul's construida em 1705 que fica exatamente em frente ao local do atentado. O prédio mais antigo de NYC sobreviveu a um grande incêndio em 1776 e testemunhou o terror do 11 de setembro. Na frente, o Sino da Esperança (tocado em todo 11/09 desde 2002, além de ocasiões como os atentados a trem e metrô de Madri e Londres), um cemitério com as lápides de pedra parecendo aqueles filmes de terror antigo e algumas placas com explicações históricas. Uma delas chamava atenção mostrando pedaços de papel e de monitores, "sujeira" pós-desabamento das torres gêmeas.

De U2 EUA TRIP - NEW YORK - 3rd Part

Ao lado da igreja entramos no Memorial do 11 de Setembro, onde podemos ver a maquete e fotos simuladas em 3D do novo memorial e das novas torres (ainda maiores e mais bonitas) que estão sendo construídos no local. Impressionante como os americanos dão a volta por cima e ainda conseguem ganhar dinheiro com catástrofes (no memorial, pra variar a lojinha vendendo souvenirs como livros, canecas e bonés relacionados ao atentado). Lado de fora, Larissa já havia comprado um livrinho sobre o 11/set por $5 na mão de uma coreana. Uma dose necessária de "comprismo". Dependência é fogo.

De U2 EUA TRIP - NEW YORK - 3rd Part

Finalmente achamos a Chambers certa e pegamos a Linha 1. Ainda ficamos parados uns 15 minutos, pois o trem deu defeito. Ô azar. O cansaço acumulado da viagem dava sinais visíveis. Em nosso corpo e em nossa paciência. O nível de tolerância entre nós não era dos melhores nesse dia. O dia estava frio e nublado. Essa é a razão do cachecol ridículo usado por Sarlof em algumas fotos (ele acha lindo. Gosto, cada um teu um seu....). Não tínhamos tempo nem saco para pegar a balsa e chegar perto da estátua. Usando o "zoomis" ótico de 10x da nossa máquina (na 5th Ave, Bob comprara uma Canon quase igual a nossa, e agora tá tirando a maior onda) batemos fotos de longe mesmo. Demos uma andada pelo local. Poucos ambulantes, uns malucos fantasiados de estátua para tirar fotos com turistas (principalmente os Japoneses, que parecem se divertir com qualquer coisa), um Forte redondo de paredes grossas e apenas um canhão, e até um doido vestido de Homem-Aranha-depois-da-gripe-suína. Nem lugar para comer tinha (e já era quase 4 da tarde), a não ser um restaurante caro e - pelo menos para nós - nada atrativo. Fugimos dali. Sinceramente? Achamos um porre.

De volta ao mapa do Metrô, Bob recalcula seu GPS mental. Rumo ao Central Park, soltaríamos na 86st ao lado do museu Gugelheim. Comeríamos um Hot Dog de 2 doleta para pegar a entrada gratuita. Estaria perfeito, se o museu estivesse do lado esquerdo. PQP Sarlof! Resolvemos procurar um lugar para comer de verdade. Paletada, paletada, paletada e... nada. Só prédio e nenhum Burger Heaven nem nada parecido. Passamos pela frente do Museu de História Natural, um lindo prédio, mas não achávamos a menor graça. Entramos no Central Park na altura da 70th st onde deveria estar o Strawberry Fields (da musica do Beatles; Yoko Ono homenageou John Lennon num mosaico desenhado no chão com a palavra IMAGINE ao centro). Deve ser massa, mas não fizemos questão de encontrar. Pegamos 3 dogs de 2 doleta cada e sentamos no banco, observando o movimento. Lugar realmente bonito, famílias passeando, pessoas andando ou fazendo cooper, carruagens, bicicletas. Foi interessante descansar um pouco num típico fim-de-semana no maior parque metropolitano do mundo. Voltamos a ter força. Decidimos voltar ao Metrô e descer na rua 47, região da Times Square, para jantarmos um Steak num local indicado no pequeno guia de bolso que levávamos. Mais um plano furado.
De U2 EUA TRIP - NEW YORK - 3rd Part

À nossa direita, ao final de uma transversal, Larissa avista o que parecia um Mall. Confirmamos com camelô (que não sabíamos ser mais mal-informado que a gente) e seguimos. Lá daria para comprar, comer e ir embora. A fome era punk e a taxa de comprismo no sangue estava baixa. Era tudo o que queríamos naquela altura (umas 18:30h). Nossa energia também. Só que chegamos foi no teatro da orquesta filarmônica. Bela região, mas nada de shoppping. "Vamos arranjar um lugar para jantar por aqui mesmo?", ela sugeriu. Concordamos, pois sentíamos que algo de bom nos esperava. Na ida para o Shopping Imaginário (será que estávamos tendo miragem?!) tínhamos avistado algumas opções, então retornamos. O Café Fiorello's chamava atenção. Com mesas também do lado de fora (na parte de dentro só teria mesa a partir da 19:45), lembra muito os bares/restaurantes que ficam em Copacabana. Estava cheio e frequentado por pessoas mais velhas e da cidade (não pareciam turistas, tampouco compristas), aqueles que aparentam gostar do que é bom. Os pratos eram vistosos e bem servidos. Os preços mais caros, mas não proibitivos, ainda mais para 3 baianos que passaram um Shit Day ("Dia de Merda", era como estávamos "carinhosamente" e bem-humoradamente - toda trajédia tem seu lado cômico - nos referindo àquele sábado xôxo). Sentamos do lado de fora. Larissa avistou um casaco esquecido na cadeira e avisou ao garçom. Eram mantas pretas, disponíveis em todas as mesas (depois é que notamos isso) para quem sentisse frio. A gente não tinha como saber, né?

Sentar ali foi uma das melhores decisões que tomamos até então na viagem. Alissia, simpaticíssima garçonete casada com um peruano, nos atendeu com o maior sorriso. O friozinho pedia vinho. Escolhemos o Pinot-noir (lembrei do meu amigo Daniel deOliveira) Lambrusco. Caiu como uma luva. Para o rango Lari e Bob escolheram carne com batata. Eu fui pouco criativo: Lasanha. O vinho entrava, as risadas saiam, enquanto recapitulávamos nosso dia "de merde". Nos emocionamos realmente quando os pratos chegaram. Minha lasanha parecia uma escultura, bem diferente do que esperávamos e totalmente deliciosa. O filet dos dois era dos Deuses. Outra garrafa de vinho ($42 cada). Valia. Cada chegada em nossa mesa brincávamos com Alissa, que aprendia mais um pouco de português. Ela e seu marido em breve iriam à Argentina de férias e estavam pensando em passar um fim-de-semana no Brasil, talvez Sampa. Contamos a ela que parecia com New York, só que sem mar. Ela disse "New York eu já tenho". Convidamos ela para conhecer a Bahia. Dessert: pedimos um Cheese Cake gigante, que dava para os 3. Sensacional. Cappucino pequeno (aqui, pois para nós é enorme), encerrávamos o "aljantar". Enfim, Alissa e o Fiorello's salvaram nosso dia.

De U2 EUA TRIP - NEW YORK - 3rd Part

Andamos uma quadra. Metrô, ônibus, ponte. Achamos facilmente um taxi para chegarmos ao hotel (nada de andada noturna desta vez). O gigante John estranhou entrarmos dizendo "Good night". "Só os jamaicanos falam isso". Ficamos confusos. Nos explicou que Boa Noite era só na hora de ir embora. E "Good Evening"? Também não é bom. A partir de então só dizemos "Hi!". Combinamos com ele no dia seguinte as 10 horas da manhã, para irmos ao aeroporto de Newark pegarmos o carro em direção a Washington, uma nova etapa da trip. John viria com seu carro próprio, dando uma volta na companhia de táxi que ele trabalhava. Isso ainda vai render, aguarde.

Nossa passagem por New York registrada nas fotos, filmes e memória. Ainda ficou muito por fazer, mas com toda imperfeição foi totalmente perfeito. Um dia, quem sabe, voltaremos.
De U2 EUA TRIP - NEW YORK - 3rd Part

2 comentários:

Claudinha disse...

Foi "shit day", não.... eu me diverti, hahahahahahahaha

CAU

Léo Rehem disse...

Muito bom galera... quanta historia viu?..muito bem contada por sinal.. realmente momentos especiais, engraçados e únicos na vida... fiquei com agua na boca do jantar no O Café Fiorello's, só imaginando essa lasanha e essa carne de batata,um bom vinho, putz, do caralho... E Sarlof, tá aprovado o cachecol!!! hahahah..