quinta-feira, 28 de julho de 2011

Santos 04 x 05 FLAMENGO: A Música Já Foi Tocada


Todo mundo sabe que pra pedir música no Fantástico, o jogador tem que fazer três gols, e no domingo. Portanto, Ronaldinho Gaúcho não vai pedir. Ainda bem! E nem precisava. A MÚSICA JÁ FOI TOCADA.

Não tô aqui pra falar da genialidade do Gaúcho (último Camisa 10, de verdade, da seleção brasileira). Também não vou minimizar, nem negar, as virtudes do Santos. Isso porque, quanto ao Camisa 10, cairia na redundância, e quanto ao Peixe, passaria como mentiroso; e ao menos “mentiroso” ainda posso dizer que não sou. Voltando ao que interessa, a música já foi tocada e isso me inspirou.

Num momento em que temos uma “crise” de qualidade no futebol brasileiro, onde o peso e a responsabilidade de uma guerra é lançada nas costas de um menino de 19 anos (embora gênio, menino), pude assistir uma das mais belas apresentações (não “partidas”) de futebol em minha geração. E tudo graças à regra de honra imposta pelos próprios combatentes: jogue, e deixe jogar. Eu posso até tá parecendo simplista, mas graças ao respeito a esse princípio pudemos ver um jogo de futebol onde o número de chutes a gol foi superior ao número de faltas. E assim foi SANTOS 04 X 05 FLAMENGO.

Eu assisti o jogo, sei que o placar poderia ser o contrário, com a vitória do Santos. Ou pior, o Peixe teve grandes oportunidades pra golear, e até humilhar, o Rubro-Negro. Mas não o fez. O placar desfavorável de 3 x 0, que nocautearia um time comum, não abalou as estruturas do Mengão. E isso comprova que ele tem, sim, a segurança e a maturidade pra lutar diretamente, até o fim, pelo título de 2011. O 1º gol de Borges foi genial: jogada individual de Neymar, enfiada de Elano, matada de Borges, e saco. No segundo gol, passe de Ganso, mais jogada de Neymar, defesa espetacular de Felipe, vacilo da defesa, competência e oportunismo de Borges e, de novo, saco. O terceiro gol foi mais que “golaço”. Como diria Luciano do Vale, “não há palavras pra descrever o gol de...” Neymar. Não dá pra descrever o que o menino fez. Quem viu, viu. Quem não, viu, procure no youtube.



Se vc realmente gosta de futebol, vc merece ver. 3 x 0 em plena Vila Belmiro. Vitória fácil diante de uma defesa mal estruturada? Ledo engano. Apesar da fragilidade no setor defensivo, o setor de produção sempre esteve buscando sua capacidade máxima. Jogada do “curinga” Luiz Antônio, cruzamento na área, cochilo na defesa do Santos, e a música começou a tocar... “TU ÉS, TIME DE TRADIÇÃO!” Ele, Ronaldinho, empurra pra dentro. 3 x 1. E como verdadeiro guerreiro, pega a bola no fundo das redes e acelera o reinício do jogo. Não havia tempo a perder com comemoração. Como verdadeiro gestor, arrumou o freio do bonde! E a música continuou... “RAÇA, AMOR E PAIXÃO, OH! MEU MENGO!”

Sem perder tempo, Léo Moura colocou a bola “com a mão” na cabeça de Tiago Neves, que tinha lido a cartilha, cabeceou para o chão, como tem que ser. 3 x 2. Lembrou até aquele cruzamento, ou melhor, passe, de Jorginho pra Romário naquele jogo contra a gigante Suécia, na copa de 1994. Questionável, foi marcada penalidade a favor do Santos. Pressão excessiva no batedor, tranquilidade e frieza do goleiro, e o resultado: Felipe 01 x 00 Elano. E foi aí que a música não parou: “...EU SEMPRE TE AMAREI!”, e o milagre aconteceu: ele mesmo, Deivid, que tentou nos convencer que o gol feito por Ronaldinho foi difícil ao jogar uma oportunidade parecida pra fora, se antecipa no primeiro pau e empata do jogo. 3 x 3. O ingresso já tinha sido pago há muito tempo!

Desde “aquele” gol do Neymar. Mais ainda, havia o segundo tempo. Será que os técnicos reforçariam os setores defensivos? Afinal as redes já tinham sido balançadas demais! Não! Havia uma regra, um princípio: jogue, e deixe jogar. E o Santos jogou. De novo, o menino, após contra-ataque puxado por Léo (o alvinegro), marcou 4 x 3. Se o placar parcial de 3 x 0 havia deixado a torcida rubro-negra aflita no primeiro tempo, a reação demonstrada dava a certeza de que o jogo “ainda tava só começando”. E assim a música continuou “... ONDE ESTIVER, ESTAREI, OH! MEU MENGO!” ... e o novo empate! Já viu “golaço”, em cobrança de falta rasteira? Pois é. Existe. Ronaldinho Gaúcho, especialista em fazer as jogadas mais simples se revestirem de beleza especial, fez. Por baixo da barreira, 4 x 4. Mas agora, a música era diferente... o time queria mais... e a raça dos jogadores fez transbordar na Nação Rubro-Negra a última declaração: “MENGÃO DO MEU CORAÇÃO!” E a música continuou ... e o maestro Ronaldinho Gaúcho fez história no Brasileirão: Santos 04 x 05 Flamengo. A tensão e a emoção foram demais, embora concentradíssimo, não lembro de toda a jogada. Só lembro que, num contra-ataque, Tiago Neves passou pra Ronaldinho, que bateu cruzado (também com tinha que ser), leve desvio, e gol! E o bonde voltou a perder o freio.

Jogaço! O melhor que já vi. Sei que, por ser Flamenguista, a vitória pode ter influenciado um pouco a eleição. Mas muita gente que não torce pelo Mangão, e não teve a oportunidade de ver jogos da Seleção ou mesmo o Santos, ambos na época de Pelé, vai ter, também, a mesma opinião. Desde que nasci Deus me deu essa alegria: torcer pelo Flamengo, um time que joga, e deixa jogar! “Fantástico”, A MÚSICA JÁ FOI TOCADA!


Nota de Serge Rehem: Esse texto me foi encaminhado por e-mail pelo amigo Fátimo. Não assisti o jogo, mas fiquei impressionado com a qualidade do texto por isso sugeri que ele o deixasse disponível na internet. Para isso ofereci o meu blog. Ah, eu sou Baêa, e só. Mas gosto de um bom futebol, então parabens aos dois times pelo jogaço e a "Fafau da Bahia" pelo relato inspirado!

sábado, 9 de julho de 2011

Eu Só Quero Querer

Mas eu só quero querer
Aquilo que nem sei o que
E logo depois de alcançar
Já vou começar a esqueçer

Eu nunca vou me contentar
O próximo sonho sonhar
Viver infeliz por aí
Por tudo que não consegui

Eterna procura no ar
Perdido escolho chorar
Eu só quero querer
Eu só quero querer

Sendo assim
Tropeço na busca
Sem fim