segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Emoção Pós-Parto

Faz 11 dias que meu primeiro filho nasceu. Andrei. Lindo! Na minha visão não poderia ser diferente. Há muito venho ouvindo falar de Depressão Pós-Parto (DPP). Dizem até que se a mãe comete um crime nesse estado (um tal de puerperal), isso é atenuante. Vixe!

Sinceramente? Não consigo entender essa tal de DPP. Depois de 9 meses, fora todo o tempo anterior de planejamento e sonhos, esperando a chegada de um filho, arrumando quarto, casa, gastando $, ..., o filho nasce! Nesse instante mágico parece que a gente levita, sai do corpo, sei lá. Minha emoção de pai já é a mais forte que senti na vida. Estava ao lado de minha esposa e percebi o quanto ela estava feliz.

Ver esse “trocinho” todo prontinho, inteiro, único, ali na nossa frente, fruto do amor de duas pessoas, é realmente sensacional. Diria, até, “FANDÁRDIGO”.

Pois é. Como ficar deprimido?! Uma coisa é insegurança, medo de não dar conta, ansiedade, mas, daí até a depressão tem uma grande distância.

Criei, então, um antônimo à DPP. É o que ainda estou sentindo. A Emoção Pós-Parto (EPP). Diferente da DPP, a EPP afeta também o pai. E é contagiosa, portanto, cuidado!

A EPP começa no instante do nascimento e pode durar de algumas horas até uma vida inteira. Cada caso é um caso. Seu principal sintoma é a emotividade causada pelo amor pleno que ocupa nosso coração. Aquela estória e “homem não chora” não vale para o período de EPP. De uma hora para outra as lágrimas adquirem vontade própria. Até um filminho “água com açúcar” da Sessão da Tarde pode fazer a gente chorar. Ao invés de descrever mais detalhadamente a EPP, vou dar um exemplo do estrago que ela pode causar.

Detesto acordar cedo. Quando preciso, fico num mau-humor insuportável. Nessa noite Andrei acordou às 3:30 da madruga. Fiquei tapeando-o até às 5h, quando já seria a hora de mamar. Ao levantar para ir à cozinha, beber água, deparei-me com um lindo nascer do sol, ali, bem na minha varanda. Uma bola de fogo saindo do horizonte, desejando-nos um Bom Dia.

Foi a primeira vez em quatro anos que percebi que o sol nasce na minha varanda.

Tirei uma foto e agradeci a Deus pela maravilha que é estar vivo e ter uma mulher e filho lindos.

PS: Este texto foi escrito no final de 2004, dias após o nascimento de Andrei. Hoje, 2 semanas depois do nascimento de Bruno, experimento novamente as mesmas sensações. A EPP me pegou de novo. Ainda bem.